ATA DA CENTÉSIMA VIGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM
15-12-2011.
Aos quinze dias do mês de dezembro do ano de dois
mil e onze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a
Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi
realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Alceu Brasinha,
Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, Dr. Raul Torelly, Dr. Thiago Duarte, Elói
Guimarães, João Antonio Dib, Mauro Pinheiro, Paulinho Rubem Berta, Pedro Ruas,
Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra. Constatada a existência de quórum, a
senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo,
Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Fernanda
Melchionna, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, Luciano Marcantônio, Luiz
Braz, Maria Celeste, Mario Fraga, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro,
Nilo Santos, Professor Garcia, Sebastião Melo, Toni Proença e Waldir Canal. À
MESA, foi encaminhado, pelo vereador Paulinho Rubem Berta, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 218/11 (Processo nº 3934/11). Também, foram apregoados os
Ofícios nos 1160 e 1161/11, do senhor
Prefeito, encaminhando, respectivamente, os Projetos de Lei do Executivo nos
062 e 061/11 (Processos nos 3983, 3982/11, respectivamente). Após,
foram apregoados os seguintes Memorandos, deferidos pela senhora Presidenta,
solicitando autorização para representar externamente este Legislativo: nº
035/11, de autoria do vereador Dr. Thiago Duarte, hoje, no ato de assinatura de
edital de manifestação de interesse para apresentação de estudos de viabilidade
e de propostas de operação, em caráter experimental, de transporte hidroviário
de passageiros no Município de Porto Alegre, às quinze horas e trinta minutos,
no Salão Nobre do Paço dos Açorianos, em Porto Alegre; nº 118/11, de autoria do
vereador Engenheiro Comassetto, amanhã, no ato de assinatura do contrato de
elaboração do Projeto de Revitalização da Orla do Guaíba com o arquiteto e
urbanista Jaime Lerner, às nove horas e trinta minutos, na Usina do Gasômetro,
em Porto Alegre. Do EXPEDIENTE, constou o Ofício nº 052/11, do senhor Antonio
José Gonçalves Henriques, Diretor Executivo do Fundo Nacional de Assistência
Social do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Durante a
Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Centésima Segunda, Centésima
Terceira, Centésima Quarta e Centésima Quinta Sessões Ordinárias. A seguir, a senhora
Presidenta concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao senhor Sérgio de Freitas
Silva, que, em nome do Sindicato dos Artesãos do Estado do Rio Grande do Sul,
discorreu sobre situações vivenciadas pelos artesãos em relação ao uso dos
espaços públicos. Em
continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores Aldacir José
Oliboni, Fernanda Melchionna, Maria Celeste, Paulinho Rubem Berta, João Antonio
Dib e Toni Proença manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna
Popular. Após, a senhora Presidenta concedeu a palavra, para considerações
finais sobre o tema em debate, ao senhor Sérgio de Freitas Silva. Em
prosseguimento, a senhora Presidenta concedeu TEMPO ESPECIAL ao vereador Dr.
Thiago Duarte. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se a vereadora Fernanda
Melchionna e os vereadores Dr. Thiago Duarte, Alceu Brasinha, Paulinho Rubem
Berta, Mauro Pinheiro, este pela oposição, Adeli Sell, João Antonio Dib e
Nelcir Tessaro. Na oportunidade, foi apregoado o Ofício nº 1159/11, do senhor
Prefeito, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 063/11 (Processo nº
3984/11). Também, foi apregoado o Memorando nº 097/11, de autoria do vereador
Carlos Todeschini, deferido pela senhora Presidenta, solicitando autorização
para representar externamente este Legislativo, ontem, na solenidade de entrega
do título de Cidadão Taquarense a Luiz Inácio Lula da Silva, no Município de
Taquara – RS. Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador
Reginaldo Pujol, solicitando Licença Para Tratamento de Saúde no dia de hoje.
Também, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, a senhora Presidenta
concedeu TEMPO ESPECIAL ao vereador Carlos Todeschini, que relatou sua
participação, em Representação Externa deste Legislativo, do dia sete ao dia
nove de dezembro do corrente, em audiência com o Ministro da Justiça, em
Brasília – DF. Em TEMPO DE PRESIDENTE, pronunciou-se a vereadora Sofia Cavedon.
Em continuidade, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado, nos
termos do artigo 180, § 4º, do Regimento, a tratar do tema “câncer de mama”.
Compuseram a Mesa: a vereadora Sofia Cavedon, Presidenta da Câmara Municipal de
Porto Alegre; o vereador Paulinho Rubem Berta, 1º Secretário da Câmara
Municipal de Porto Alegre; o vereador Aldacir José Oliboni e a vereadora Maria
Celeste; o senhor Waldemar Nunes de Oliveira da Silva Filho, Presidente do
Sindicato dos Técnicos e Auxiliares de Radiologia Médica do Estado do Rio
Grande do Sul; e a técnica em radiologia Maria Angélica de Mattos Fontella.
Após, o senhor Presidente concedeu a palavra, nos termos do artigo 180, § 4º,
incisos I e II, ao senhor Waldemar Nunes de Oliveira da Silva Filho e à senhora
Maria Angélica de Mattos Fontella, que se pronunciaram sobre o tema em debate.
Durante o pronunciamento da senhora Maria Angélica de Mattos Fontella, foi
realizada apresentação de audiovisual referente ao tema abordado por Sua
Senhoria. Em COMUNICAÇÕES, nos termos do artigo 180, § 4º, inciso III, do
Regimento, pronunciaram-se os vereadores Aldacir José Oliboni, Dr. Raul
Torelly, Maria Celeste, Elói Guimarães e Dr. Thiago Duarte. A seguir, o senhor
Presidente concedeu a palavra, para considerações finais sobre o tema em
debate, ao senhor Waldemar Nunes de Oliveira da Silva Filho. Às dezessete horas e dois
minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
dezessete horas e três minutos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o
vereador Dr. Raul Torelly. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se os vereadores
DJ Cassiá, em tempo cedido pelo vereador Elias Vidal, e Elói Guimarães. Após, foram apregoados os Ofícios
nos 1169 e 1170/11, do senhor
Prefeito, encaminhando, respectivamente, os Projetos de Lei do Executivo nos
064 e 065/11 (Processos nos 3994 e 3995/11, respectivamente). Durante a Sessão, os
vereadores Mauro Pinheiro, João Antonio Dib e Aldacir José Oliboni
manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às dezessete horas e quarenta e um
minutos, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os
senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Sofia Cavedon, DJ
Cassiá, Paulinho Rubem Berta, Maria Celeste e Aldacir José Oliboni e
secretariados pelo vereador Paulinho Rubem Berta. Do que foi lavrada a presente
Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo senhor 1º Secretário
e pela senhora Presidenta.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Passamos à
TRIBUNA POPULAR
O Sr. Sérgio de Freitas Silva, representando o
Sindicato dos Artesãos do Estado do Rio Grande do Sul, está com a palavra, pelo
tempo regimental de 10 minutos, para tratar de assunto relativo à situação dos
artesãos em relação ao uso dos espaços públicos de forma
racional.
Nossos cumprimentos da Casa aos artesãos e artesãs
que ocupam as galerias.
O SR. SÉRGIO DE FREITAS SILVA: Em primeiro
lugar, quero saudar a Presidente desta Casa, Exma Verª Sofia
Cavedon, e, em seu nome, cumprimento os demais membros da Mesa.
Excelentíssimos
Vereadores, artesãos, artesãs e demais cidadãos e cidadãs que nos acompanham
nesta tarde; não é a primeira vez que os artesãos ocupam a Tribuna desta Casa,
e o fazemos num momento oportuno, pois foi aqui que fizemos escola e nos
munimos de informações que nos prepararam adequadamente para a condução de
nossas organizações.
Ocupo
esta tribuna em nome do Sindicado dos Artesãos do Estado do Rio Grande do Sul,
representando 74 mil cidadãos e cidadãs que optaram pela atividade artesanal e
suas respectivas entidades.
Faz-se
necessária a busca da qualificação das relações entre a categoria dos artesãos
e o Poder Público Municipal. Relações essas que sempre foram respeitosas de
ambas as partes.
Queremos,
neste momento, reivindicar o reconhecimento de uma classe e pontuar as ações
que impedem o desenvolvimento e a consolidação de nossa categoria no mercado de
trabalho.
Há
mais de 22 anos, quando da criação do Sindicato dos Artesãos do Rio Grande do
Sul, optamos por eventos organizados, planejados em parceria com o poder público
Municipal e Estadual. A sociedade atual exige uma postura diferenciada, novos
paradigmas e, portanto, buscamos novas atitudes.
Encontramos grandes dificuldades na comercialização
da produção artesanal, seja pelo mercado internacional, seja pelas peças
industrializadas com maquiagem de artesanato, seja
pelos intermediários, revendedores, etc. No município encontramos uma dura
realidade quanto à ocupação dos espaços públicos; citamos: 1) Semana do Artesão
– evento de exposição e oficinas de técnicas abertas ao público que ocorre no
mês de março, empregando mais de 250 famílias, construído pelo Sindicato dos
Artesãos no período em que o Secretário da SMIC era o Excelentíssimo Sr. Idenir
Cecchim. Este ano foi impedido de acontecer, pela própria SMIC; uma perda
lastimável.
Lembramos às senhoras
Vereadoras e aos senhores Vereadores que a Semana Estadual do Artesanato é uma
Lei proposta pelo Dep. Estadual Raul Carrion, hoje, e o Ver. Oliboni, que
também teve aprovado aqui o Projeto de Lei tornando a Semana do Artesão oficial
no Município de Porto Alegre. Projeto de Lei que serviu de modelo para a Semana
do Artesão, agora em âmbito estadual.
Outro ponto: A
ARTESUL- evento criado a partir de uma proposta do Sindicato dos Artesãos, que
passou a ser organizado pelo Programa Gaúcho de Artesanato, na Fundação Gaúcha
do Trabalho, que deveria ocorrer no mês de dezembro, mas também não foi
autorizado no Largo Glênio Peres.
Outro ponto: O
Movimento de Economia Solidária, conhecido como Fórum, tinha três eventos
consagrados também no Largo Glênio Peres, e se resumiu a um, pela proposta de
Lei que foi votada e aprovada ontem.
A Secretaria de
Indústria e Comércio solicitou a desocupação da loja 4, que fica no segundo
piso do Mercado Público Central, loja essa que é modelo em conceito de
qualidade em produtos artesanais. A loja é gerenciada pela Cooperativa dos
Artesãos do Rio Grande do Sul, entidade com mais de 30 anos de trabalhos
prestados, inclusive em parcerias com a Prefeitura de Porto Alegre em projetos
de qualificação nas comunidades das Ilhas de Porto Alegre. A Cooperativa está
com um prazo até o final de dezembro de 2011 para sair. Para aonde? E o que
fazer com toda a estrutura e os compromissos que a Entidade tem com os seus
filiados?
Excelentíssimos
senhores e senhoras, a atividade artesanal potencializa a geração de trabalho
qualificado e renda, a inclusão social de milhares de pessoas de nosso Estado.
São mais de 74 mil profissionais, sendo 80% desse efetivo composto por
mulheres. Somente em Porto Alegre são mais de 25 mil trabalhadores cadastrados
pela Fundação Gaúcha do Trabalho, que representa – o efetivo –, no Brasil, 2,5%
do PIB nacional.
Estamos nos
preparando para a Copa de 2014 e, junto com o Município de Porto Alegre, somos
parceiros por meio do Fórum Delta do Jacuí, nas questões relacionadas ao
turismo. Estivemos participando, durante dois dias, de um evento grandioso
promovido no Estado do Rio Grande do Sul, onde a sociedade discutiu o que é
melhor para o Estado, relacionado ao turismo, em que vários pontos, de várias
instituições, de várias Secretarias, inclusive de vários Municípios,
defenderam, veementemente, em todos os seus artigos, a questão do artesanato,
mas em Porto Alegre tivemos uma perda.
O Poder Público
Municipal – lê-se SMIC – deve ter sensibilidade em reconhecer a importância da
manutenção dos eventos que envolvem o artesanato no Largo Glênio Peres, eventos
que contribuem com a cultura e fomentam o turismo na nossa Cidade, valorizando
a atividade artesanal, sendo parabenizadas as ações ali ocorridas pela
população que apoia e participa dos eventos.
As perguntas que
ficam são: como vamos continuar nessa construção onde os parceiros nos puxam o
tapete, fecham nossas portas e impedem o exercício de nosso trabalho? O que
pensam os porto-alegrenses dessas decisões?
Finalizamos,
registrando o pesar e a grande perda que a categoria dos artesãos do nosso
Estado tiveram com a votação e a aprovação, nesta Casa, do Projeto de Lei nº
038/11, que foi apresentado pelo Executivo, no Proc. nº 3445/11, com a exclusão
do inc. III do art. 2º, que criava, como proposta de Emenda, a Feira da Semana
do Artesão, na terceira semana do mês de março, que era uma proposta de emenda.
Obrigado pelo espaço.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Convido o
Sérgio a compor a Mesa.
O Ver. Aldacir
Oliboni está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre
Presidenta, eu saúdo aqui o Sr. Sérgio de Freitas Silva, nosso convidado do dia
de hoje para a Tribuna Popular, Presidente do Sindicato dos Artesãos do Estado
do Rio Grande do Sul e todos os artesãos que estão presentes, acompanhando esta
Sessão do dia de hoje. Realmente, eu me somo à indignação e à falta de
compreensão do Governo Municipal em não ter percebido, ontem, a ideia de poder
ouvir primeiro o segmento do artesanato de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul,
no intuito de poder possibilitar uma saída para instituir a Feira do Artesanato
no mês de março em Porto Alegre.
Ontem, quando nós
percebemos a manobra do Governo em poder dizer que era fundamental a votação
deste Projeto, o Governo esqueceu de um segmento do qual o Poder Público está
muito distante, não oportunizando a ele maiores espaços; pelo contrário, tira o
que ainda tem. Essa Feira do Artesanato que acontecia há três anos no Largo
Glênio Peres não era institucionalizada, mas era praticamente de lei, porque
estava acontecendo na Cidade, como está acontecendo a Feira da Economia
Solidária e a Feira do Peixe. Os espaços públicos têm que ser utilizados pelo
povo e não por carros. Não podemos dizer que ali tem que ser um espaço para
estacionar carros. Infelizmente, a política adotada pelo atual Governo vai na
contramão da política do artesanato em Porto Alegre.
Neste sentido,
fazemos um apelo, se é que ainda pode ser feito, mas posso lhe dizer, nobre
cidadão e Presidente do Sindicato, Sérgio, que nós vamos insistir e vamos
reapresentar o Projeto de Lei, instituindo a Feira do Artesanato na Semana do
Artesanato, que ocorre anualmente no mês de março. Com isso, vamos ver
novamente a posição real e clara do Governo, porque, às vezes, em uma posição
de pressão, os Vereadores acabam atendendo a alguns segmentos, esquecendo-se de
outros.
Neste sentido, nobre
Presidente, sugiro que V. Exª chame a SMIC e que lutemos juntos para manter
esse espaço do artesanato ali no Mercado Público, local esse que o próprio
Presidente nos informou que as salas foram solicitadas. Esse espaço é um espaço
antigo, onde se fomentam também, junto com a Cooperativa, vários produtores do
artesanato, sendo um local adequado também para os turistas poderem adquirir
uma lembrança do Rio Grande do Sul.
É inadmissível que
essas ações sejam contrárias a este segmento, por isso fazemos um apelo para
que V. Exª lidere uma reunião com o Poder Executivo para manter esse espaço.
Seguidamente, vamos lutar novamente para manter a Feira do Artesão durante a
Semana do Artesão, na terceira semana de março de cada ano. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Verª
Fernanda Melchionna está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Sérgio, quero cumprimentá-lo e também todos os
artesãos e artesãs que vieram aqui, no dia de hoje, e registrar a solidariedade
do PSOL, em meu nome e em nome do Ver. Pedro Ruas, à luta de vocês. De fato, no
mínimo três coisas chamam a atenção nessa política da SMIC que, na minha
opinião, tem sido de promover o desemprego, não permitindo que ocorresse a
feira em dezembro, que seria um espaço para que os artesãos pudessem expor seus
belos trabalhos para os cidadãos e cidadãs de Porto Alegre, em primeiro lugar.
E, em segundo lugar, ontem votaram o Projeto de maneira açodada, sabendo que
hoje teria uma Tribuna Popular. Nós fomos à tribuna alertar os Vereadores e as
Vereadoras desta Câmara, dizendo que hoje vocês viriam falar conosco, portanto,
seria um arremedo de democracia vocês virem falar depois de o Projeto ter sido
votado, pois aí vira política de fato consumado: não se pode fazer nada, já foi
votado o Projeto, enfim, um jogo de empurra lamentável já tradicional na
política. E terceiro, o problema da loja no Mercado Público.
Nós votamos contrariamente ao Projeto, na tarde de
ontem, e a favor das Emendas que tratavam de encarar o Largo Glênio Peres como
um espaço público que deve ser ocupado pelo povo de Porto Alegre, pelos
cidadãos e cidadãs da nossa Cidade.
Eu gostaria de aproveitar a sua vinda e dizer que o
Governo tem que assumir a sua responsabilidade. E, nesse caso, não é só um
apelo; o Governo tem que dar uma resposta concreta, através da SMIC, ou através
do Governo Fortunati, aos artesãos da nossa Cidade. Senão, lamentavelmente, nós
vamos ver a lógica da privatização de espaços públicos, por um lado e, por
outro, a promoção do desemprego em
vários setores da nossa sociedade. Foi assim com os camelôs, foi assim com os
divulgadores e promotores e, lamentavelmente, nós estamos vendo essa
perseguição aos artesãos da nossa Cidade. Então, eu queria encaminhar,
Presidente, fazendo um apelo ao Líder do Governo, Ver. João Antonio Dib, para
que intermediasse uma reunião imediata, ainda em dezembro, entre Governo,
artesãos e Câmara de Vereadores. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Verª Maria Celeste está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
A SRA. MARIA
CELESTE: Quero cumprimentar o Presidente do Sindicato, nosso amigo Sérgio,
cumprimentar todas as artesãs, os artesãos que estão aqui conosco nesta tarde.
Nós os recebemos, especialmente a oposição, com o coração muito pesado, com o
coração enlutado, porque sabíamos da Tribuna Popular de hoje, sabemos das
dificuldades que os senhores encontram para conseguir espaços públicos de
manutenção e reestruturação para a venda dos belíssimos trabalhos que os
senhores e as senhoras realizam e disponibilizam para a cidade de Porto Alegre
e para outras cidades, porque o trabalho do Sindicato é de todo o Estado do Rio
Grande do Sul. Especificamente aqui, na cidade de Porto Alegre, que é o que nos
cabe, não lhes foi dada a verdadeira oportunidade de uma democracia ampla e
plena de ouvir o contraditório e a argumentação dos senhores sobre um Projeto
tão importante quanto o que foi
votado na tarde de ontem. Lamentamos profundamente a postura do Governo
Municipal, que não conseguiu conversar com a sua base de sustentação aqui
dentro para que pudesse verificar quais são as questões que poderiam ser
encaminhadas de forma diferente da que ocorreu nesta Casa. Portanto, o nosso
repúdio à votação do Projeto ontem à tarde. Nós ficamos extremamente
estarrecidos; encaminhamos, inclusive, um Requerimento solicitando o adiamento
da votação, mas não fomos atendidos. A oposição foi literalmente derrotada
nesta Casa e, mais do que isso, literalmente derrotada no Projeto. Queremos
dizer com isso que se constroem todas as questões para uma Cidade mais
solidária, uma Cidade preocupada com a economia solidária só no discurso, só no
panfleto, só na propaganda que o Governo tem implementado. Na prática, está
havendo uma exclusão social muito grande, especialmente de uma camada de
trabalhadores tão honrada, tão importante, tão bela e tão linda como é a dos
artesões da cidade de Porto Alegre. Portanto, a nossa solidariedade, a nossa
luta, vamos continuar aqui, sempre, dentro do possível, apoiando a iniciativa
do artesanato da cidade de Porto Alegre. Contem com a oposição desta Casa.
Muito obrigada pela presença dos senhores e das senhoras. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PAULINHO
RUBEM BERTA: Srª Presidente, quero saudar aqui o representante dos artesãos e,
também, todos os artesãos que se encontram nas galerias. A Bancada do PPS – o
Ver. Elias Vidal e este Vereador – endossa a proposta feita pela Verª Fernanda
Melchionna. Estaremos juntos nesta luta. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, meu caro
Sérgio de Freitas Silva; eu, às vezes, fico um pouco triste, talvez um pouco
preocupado, porque acredito que eu não fale com muita correção, que eu seja uma
pessoa difícil de ser entendida, pois todos aqueles que trataram do problema do
Largo Glênio Peres e que chegaram até mim sabem que eu afirmei que o Executivo
vai encontrar soluções para localizá-los definitivamente. E agora, se eu só
vejo o Executivo ser criticado, é porque eu falo mal evidentemente, eu não sei
me expressar. É tão simples: o Executivo disse que vai procurar uma solução
para os artesãos. Aí eu vejo que votaram com antecipação, mas eu não vi ninguém
se retirar do plenário, votaram também! Votaram contra, mas não se retiraram do
plenário. É muito fácil criticar, é mais difícil buscar solução.
Mas eu quero dizer que, ainda que eu me expresse
mal, ainda que eu seja mal-entendido, eu não sou mal-intencionado. Eu vou
continuar o debate com o Executivo na busca de solução para fixá-los em
determinados pontos da Cidade. Isto eu estou afirmando aos senhores, mais uma
vez! Espero ter sido entendido agora, porque parece que aqueles outros que
trataram comigo não entenderam o que eu falo. Mas eu sei que os senhores que são
artesãos têm mais raciocínio, talvez, têm mais tranquilidade, mais necessidade
e não estão procurando discurso; eu acho que vão entender bem o que eu disse.
Eu vou conversar com o Executivo, e nós vamos encontrar uma solução para os
senhores. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Ver. João Antonio Dib, a proposta da Verª Fernanda
de fazermos uma reunião com a SMIC é boa, porque a fala do Presidente aqui foi
que a SMIC solicitou a sala do Mercado onde eles vendem o artesanato. Então, eu
gostaria que nós pudéssemos promover imediatamente... E ontem, aqui, foi falado
que o quadrante lá embaixo também seria para os artesãos; não pelo Governo, é
verdade. Então, é muito importante que essa reunião aconteça logo. Eu acho que
V. Exª, com certeza, na sua fala está se disponibilizando a isso.
Eu queria dizer aos senhores e às senhoras que a
reunião com o Secretário Lara, que foi um compromisso assumido por nós, estava
marcada para anteontem à tarde, mas era bem no horário da vinda da Presidente
Dilma. Então, o Secretário desmarcou, mas nós estamos reagendando para tratar
da relação com a Secretaria Estadual do Trabalho e dos temas que vocês
levantaram em relação ao Governo do Estado também. E nós vamos pedir essa
reunião imediatamente com o Governo Municipal.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Presidente Sofia; representante dos artesãos; Ver. João Antonio Dib,
faço um apelo a V. Exª, pois, tendo em vista a minha origem de comerciante, nós
sabemos que o mês de dezembro é um mês essencial para todo comerciante por
causa do Natal, do Ano-Novo. Então, teria que ser algo que se providenciasse
agora, para que eles pudessem utilizar essas datas festivas para vender o seu
artesanato agora, no final do ano, antes do Natal e do Ano-Novo. Em janeiro e
fevereiro, o pessoal está de férias; não adianta deixar para decidir em
fevereiro. O Governo tem que tomar uma posição, tem que compreender que o
momento econômico é dezembro, Natal e Ano-Novo. Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Srª Presidente, eu posso afirmar que eu não sou o Eremildo; eu entendo
as coisas perfeitamente quando os meus colegas falam. E eles pediram, falaram,
insistiram para a terceira semana de março; foi tudo quanto pediram. E, na
terceira semana de março, pode ocorrer de cair a Feira do Peixe. Eu disse que
vou tentar ajudar. Agora, se levarem dessa maneira, eu posso cruzar os braços
porque todos fazem melhor do que eu! O que querem que eu faça? Eu até acho, Srª
Presidente, que as Bancadas têm dois minutos, a oposição tem dois minutos, a
situação tem dois minutos, e eu já vi um lado falar três tempos. Acho que nós
temos que cuidar disso daí também, não é?
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Ver. Dib, nós estávamos nos encaminhamentos. Nós
estamos solicitando que o senhor nos ajude numa reunião com a SMIC
imediatamente. É isso!
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Só para esclarecer, nobre Presidente, nós não estamos dizendo que tem
que ser a terceira semana de março. Dependendo do calendário, pode cair, sim,
na Semana Santa, coincidindo com a Feira do Peixe. A Semana do Artesanato, no
mês de março, pode ser a partir do dia 5, não tem problema nenhum. Agora, não é
só essa a questão. A questão também é com a saída desses cidadãos que estão
hoje com o artesanato no Mercado Público, ali tem que
se pensar em sala. Então, a reunião é urgente, independente se o Líder do
Governo quer concordar ou não, temos que buscá-los, ir lá na SMIC, ir ao
Prefeito. O que queremos é que o Dib, Líder do Governo, nos acompanhe. Se ele
não puder, nós vamos da mesma forma, Presidente, com a senhora e com os
Vereadores que se dispuserem. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Toni
Proença está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. TONI PROENÇA: Acho que tem dois
assuntos que podem ser bem separados, pelo pronunciamento que ouvi do
representante dos artesãos, Sr. Sérgio, a quem saúdo – e saúdo todos as
artesãos que nos visitam, em nome da Bancada do Pátria Livre. Um dos assuntos é
a feira de março sobre a qual me parece que o Ver. Dib até já se dispôs a
construir uma agenda para que a gente possa discuti-la. O segundo, que me
preocupa mais do que a feira, que são os espaços habitualmente utilizados pelos
artesãos no Mercado Público; estes, sim, embora não tenhas falado, Sérgio, serão
retirados ainda neste Natal, no fim de dezembro. (Aparte antirregimental.) É
uma loja. Acho que temos que construir a permanência do espaço, porque é um
espaço de ano todo e que bem cooperativado entre os artesãos podia gerar boas
vendas para eles, durante todo o ano, e se tornar uma referência, já que o
Mercado é uma referência turística em Porto Alegre. Obrigado, Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Não tenho a
menor dúvida, Ver. Toni, e reforço que a Câmara se colocará contrariamente à
retirada das salas dos artesãos no Mercado Público.
O Sr. Sérgio de
Freitas Silva está com a palavra
para suas considerações finais.
O SR. SÉRGIO DE FREITAS SILVA: Exma
Srª Presidente, Verª Sofia; quero agradecer por este espaço na tribuna. Como eu
disse, não é a primeira vez que a gente vem aqui. Em outros momentos, foi em
outro tom, até porque, como eu havia dito, a Câmara de Vereadores sempre foi
uma das nossas escolas. Muito da nossa forma de organização a gente aprendeu aqui
com os senhores, e também a questão de legislação, a maneira como nos
preparamos, sempre tendo um diálogo com todos; nós nunca nos setorizamos.
É uma lástima essa
situação, mas, ao mesmo tempo, saímos daqui felizes pela acolhida que tivemos
nesta Casa no intuito de buscar uma solução. Esperamos conseguir, com isso, um
resultado favorável às situações que são emergenciais, principalmente na
questão da loja, que é um espaço permanente, organizado por uma cooperativa, no
Mercado Público Municipal.
Agradeço a cada um
dos companheiros, artesãos e artesãs, às lideranças que vieram aqui, que
acreditam neste movimento e que acreditam que o processo de mudança de um país
depende da cultura, depende da produção, porque é através da produção que vamos
conseguir mudar essa situação. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Nós
agradecemos aos artesãos e às artesãs. Esperamos, em muito breve – quem sabe
até amanhã –, informarmos a vocês sobre as duas reuniões – com o Secretário
Municipal e com o Secretário Estadual – as duas Secretarias que dizem respeito
à área de vocês. Um grande abraço.
O Ver. Dr. Thiago
Duarte está com a palavra em Tempo Especial.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Presidente,
agradeço o espaço regimental aqui cedido, primeiramente para
colocar de público a justificativa – inclusive foi divulgada na imprensa,
principalmente nas rádios da Cidade, em uma rádio específica – sobre a nossa
não presença na Sessão plenária de ontem, que acabou sendo, na leitura do Ver.
Paulinho Rubem Berta, respondida hoje.
Ontem, Presidente,
principalmente a partir do trabalho que foi desenvolvido nesta Câmara de
Vereadores – e eu tenho o orgulho de mostrar o livro que foi confeccionado por
todos nós, em conjunto, foi um esforço coletivo (Mostra o livro.) –, eu acabei
sendo convidado para falar no Município de Pelotas sobre a nossa experiência
relatada neste livro como Presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente e
como Presidente da Frente Parlamentar Antidrogas, no sentido de podermos
acrescentar políticas públicas, principalmente visando à questão da prevenção,
combate, tratamento e ressocialização de pacientes usuários de drogas, sendo o crack o enfoque principal.
Lembro também que
essa experiência relatada lá tem escopo no amplo trabalho – não só meu, mas dos
Vereadores que integram a Frente Parlamentar Antidrogas e a Comissão de Saúde e
Meio Ambiente – nas comunidades mais periféricas da Cidade, principalmente
procurando observar o problema social que a droga, especificamente naquele
bairro, acarreta, podendo construir alternativas nesse sentido.
Não é em todos os
bairros de Porto Alegre que o crack é
a droga predominante. Sem dúvida alguma, o álcool está inserido no início desse
processo todo; é a porta de entrada de tudo isso. Temos que fazer uma profunda
reflexão sobre a flexibilização das leis que acabam incluindo o álcool no rol
de drogas permitidas, principalmente em contingência da Copa do Mundo. Temos,
como sociedade, que fazer uma profunda reflexão, sob pena de, no futuro,
acabarmos tendo problemas em decorrência disso.
Então, o evento
acabou sendo publicizado em toda a Cidade e já foi reproduzido nesta Casa em
algumas situações, como, por exemplo, na semana passada, quando, apesar de
termos observado um quórum não muito grande nesta Casa, era um quórum realmente
bastante qualificado e que acabou permitindo que pudéssemos aqui discutir com o
ex-Diretor do Hospital São Pedro, Psiquiatra Gilberto Brofman, e com a
Coordenadora da Delegacia Antidrogas de Porto Alegre, a questão da drogadição.
Por gentileza, Ver.
Mario Fraga, V. Exª poderia me trazer aquelas pastas que estão ali? (O Ver.
Mario Fraga entrega as pastas.) Muito obrigado, desculpe-me por esta
petulância, Vereador.
Então, eu só queria
relatar esta viagem, relatar a representação dessas Comissões desta Casa e
poder informar o público por que eu não estava aqui ontem.
Quero dizer que, se
estivesse aqui, votaria contra a troca de nome da Av. Castelo Branco. Votaria
contra a troca de nome, principalmente porque tanto Luís Carlos Prestes como
Brizola nunca tiveram ódio e revanchismo.
E quero dizer que,
com o objetivo de apoiar o Projeto do Ver. Brasinha, estamos criando hoje um
movimento suprapartidário e de simpatizantes em prol da denominação da Ponte da
Legalidade, ponte a ser construída sobre o Guaíba, a partir do lançamento
público de recursos para a obra, que foi um lançamento da Presidente Dilma
Rousseff. Estamos lançando esse movimento no sentido de apoiar efetivamente o
Projeto, já protocolado, do Ver. Brasinha, que denomina a Ponte da Legalidade.
Realmente, este, sim, Verª Fernanda – e acreditamos profundamente que a senhora
vai se engajar nesse processo –, é o nome que deve ser dado à ponte que vai
ligar o Estado, a ponte que vai promover uma efetiva integração das cidades
Guaíba e Eldorado com Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Verª
Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Srª
Presidente, achei que já tinha visto de tudo nesta Câmara de Vereadores; achei
que já tinha ouvido muita demagogia e que já tinha havido votações muito
críticas, apesar das discordâncias, mas algumas ideológicas. Agora,
infelizmente, ter que ver a tentativa clara de surrupiar a autoria de um
Projeto, que foi claramente defendido pela Bancada do PSOL aqui na Câmara
Municipal – é verdade, não só com o intuito de nomear uma avenida, Ver. Dr.
Thiago – de quem não me lembro de ter visto ontem na votação. Nós queremos
homenagear, porque o movimento que o ex-Governador Leonel de Moura Brizola fez,
o levante gaúcho em defesa da posse, em 1961, do João Goulart, é muito
louvável, um movimento cívico, um movimento cidadão, que garantiu, em todo o
Brasil, a posse do João Goulart.
E nós reivindicamos a
história do brizolismo nesse sentido, nacionalista, nesse sentido de luta.
Infelizmente, o Partido do Brizola, em muitos aspectos, tem envergonhado o que
há de melhor no legado do Brizola; infelizmente. Porque se ele visse o que
aconteceu no Ministério do Trabalho, tenho certeza de que o Leonel de Moura
Brizola estaria envergonhado. Se ele visse a votação do Ver. Luciano
Marcantônio, que votou a favor e, sim, reivindicando a sua origem brizolista,
ontem, teria se sentido honrado pelo voto desse Vereador. Mas, infelizmente,
teria ficado com vergonha do silêncio do PDT.
Então, parece me que
é, de fato, Ver. Brasinha – a quem eu respeito, apesar de nossas divergências
–, mas o que o senhor fez não está correto – não está correto! Quando havia o Projeto
dos banheiros, e nós protocolamos um Projeto similar, e V. Exª tinha um, nós o
retiramos, com toda a autoridade, para apoiá-lo, para defender o seu Projeto.
Achamos aqui que Projeto tem autoria, que tem de ser reivindicado, tem de ser,
sim, elogiado por todos os Vereadores. Agora, se por covardia, muitos não votam
no Projeto que retira as homenagens a ditadores, que retira homenagens a
torturadores, mandantes dos crimes da ditadura, como foi o Castelo Branco, que
tem o seu nome numa Avenida na entrada da Cidade, e para limpar a barra por não
defender a Legalidade, tentam fazer um movimento como este, e eu não
diria nenhuma outra palavra senão oportunismo. E acho que isso é muito feio,
muito pesado numa Câmara Municipal que, certamente, tem muitos assuntos a serem
tratados. Mas isso, para mim, não tem nenhum outro nome, Ver. Dr. Thiago, e
digo a V. Exª que nós queremos muito homenagear a Legalidade.
Agora, não com a política do fato consumado,
tampouco com a tentativa de construir com quem teve a autoria de homenagear a
Legalidade, Ver. Brasinha, alguma saída coletiva para esta Câmara Municipal. Do
contrário, sabem o que parece? Que teve gente que não teve a coragem de votar
contra um ditador, e quer agora homenagear a Legalidade.
Houve vários argumentos, e nós discutimos ontem,
muitos, e me parece uma tentativa clara, Verª Maria Celeste, de tergiversar
sobre a História.
Leonel de Moura Brizola dizia – e não eu – que o
Brasil um dia não iria homenagear aqueles que o exilaram. Não sou eu, Fernanda
Melchionna, não é o Ver. Pedro Ruas, mas Leonel de Moura Brizola quem disse, e
que comandou a Legalidade neste Estado.
E, agora, esta tentativa lamentável de tirar a
autoria e fazer a política do fato consumado.
Então, eu queria lamentar profundamente esse fato.
Acho que não deveria ser prática da Câmara Municipal, entretanto, não sei por
que não me surpreendo mais com as coisas que ocorrem neste Parlamento.
Quero concluir falando da visita que nós recebemos
do Jornalismo B, da Bruna, que está aqui, e vai passar em todos os setores da
Câmara Municipal, fazendo a propaganda de um jornal que é muito importante para
a nossa Cidade, para o nosso Estado, que é a tentativa de democratização da
informação, e de informações contra-hegemônicas, porque sabemos que os meios de
comunicação, nacionalmente, pertencem a seis famílias, fazendo com que muitos
temas relativos ao povo não apareçam como deveriam aparecer.
Portanto, quero cumprimentar a Bruna, agradecer
pela presença, e dizer que ela está aqui trazendo mais este meio de informação,
o que é muito importante para socializar e democratizar a informação, e trazer
para os porto-alegrenses uma série de temas relativos à América Latina,
relativos ao nosso País, relativos ao nosso Estado, que, infelizmente, muitas
vezes, não encontram guarida na mídia tradicional.
E, ao mesmo tempo, quero falar da importância da
nossa defesa dos artesãos da cidade de Porto Alegre. Acho que nós temos uma bela campanha para encaminhar, de defesa do
trabalho, porque, de fato, a política do Governo de fomentar o desemprego em
época natalina, como está fazendo a SMIC, tirando a loja do Mercado Público,
proibindo a realização da feira, é inaceitável! Foi o que aconteceu com os
camelôs, com os divulgadores, com os promotores. E nós não podemos aceitar que
aconteça com os artesãos e artesãs da cidade de Porto Alegre, que merecem ser
respeitados, que merecem ser valorizados, e que merecem estar num espaço
público de grande circulação.
(Não revisado pela
oradora.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Thiago
Duarte está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Srª
Presidente, então eu quero voltar a relatar que o ódio, o rancor e o extremismo
não faziam parte do perfil tanto de Luis Carlos Prestes nem de Leonel de Moura
Brizola. Quero dizer que quem fala pelo PDT é o PDT; quero dizer que quem fala
pelo PDT é a Liderança do PDT, e nós não autorizamos ninguém a falar pelo PDT!
Eu quero dizer que quem fala de Brizola é do PDT, senão, está aqui a ficha do
PDT para assinar! (Mostra a ficha.) Quero dizer que a Verª Fernanda Melchionna,
infelizmente, tem uma prática de só quem está com ela e quem vota a seu favor é
quem presta; quem não vota com ela, quem não concorda com suas ideias, não
presta. Ela não ouve, fica levantando, não consegue construir. Quero dizer,
Verª Maria Celeste, que este tipo de fato foi criado lá atrás, quando eu entrei
com um projeto, num determinado momento, denominando uma Unidade de Saúde, e
outro Vereador entrou, posteriormente. E acabou sendo trazido ao plenário, e
não podiam coexistir dois projetos com o mesmo objeto; naquele momento, pôde.
Então, esta Casa quebrou o Regimento, e eu dizia que isso ia ter repercussões
no futuro, como estão tendo agora. E eu não queria voltar aos lamentáveis fatos
de segunda-feira. Eu não queria voltar ao radicalismo que houve nesta Casa na
segunda-feira, em que dois assessores meus diretos tiveram lesões, uma,
inclusive, está com fratura de quarta vértebra cervical, em função da falta de
condições de se discutir as questões de forma civilizada, o que não houve aqui
na segunda-feira.
(Apartes antirregimentais das Vereadoras Fernanda
Melchionna e Maria Celeste.)
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Então, eu quero dizer, Verª Maria Celeste, que nós vamos apurar as
responsabilidades, sim, ou as irresponsabilidades da Sessão de segunda-feira!
Nós vamos apoiar. Quem fala pelo PDT é o PDT. Chupim é quem propõe, não é
trabalhista, mas propõe ponte da Legalidade. Esse é chupim! Quem não é
trabalhista e propõe ponte da Legalidade, como V. Exª, Verª Fernanda, esse é
chupim! O Ver. Alceu Brasinha é trabalhista, é do PTB, é do Partido Trabalhista
Brasileiro que está na história do País. E isso é importante que seja dito. Se
for para radicalizar, nós não teremos problema este ano. Este ano nós não vamos
ter problema em radicalizar. Nós vamos radicalizar no debate político, sem ódio
e sem rancor. É isso que nós vamos fazer, é isso que nós temos feito, apesar
dos apartes antirregimentais do Ver. Mauro Pinheiro, que, muitas vezes, acha-se
o dono da verdade, acha-se o juiz togado nesta Casa. E, apesar disso, Ver.
Mauro Pinheiro, nós queremos construir, mas nós não vamos aceitar esse tipo de
posição. Esse tipo de posição calcada no ódio e que não respeita o regulamento
da Casa. A Verª Fernanda Melchionna questionou a minha ausência ontem aqui – o
Ver. Paulinho Rubem Berta esclareceu –, mas eu vim fazer o relato de viagem!
Então, eu quero deixar bem claro isso, quero dar os
parabéns para o Ver. Alceu Brasinha, e dizer que, realmente, temos que
construir para o futuro esse processo. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Apregoo o PLE nº 063/11, que autoriza o Poder
Executivo a prorrogar a vigência da admissão temporária de excepcional
interesse público de agentes comunitários de saúde.
Apregoo o pedido de representação desta Casa, do
Ver. Carlos Todeschini, no evento que concederá o Título de Cidadão Taquarense
ao ex-Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, que ocorrerá na Câmara
de Vereadores de Taquara, Rio Grande do Sul, no dia 14 de dezembro de 2011, com
início previsto para as 19 horas e 30 minutos. Na oportunidade, por impedimento
do ex-Presidente Lula de comparecer à solenidade, o Vereador receberá o título
mencionado em nome dele.
O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Srª Presidente, Srs. Vereadores, Verª Fernanda, eu quero lhe dizer que
eu não propus o nome da Castelo Branco, e você sabe que eu dei um discurso
favorável ao Ver. Pedro Ruas, por quem tenho maior respeito, ele é meu amigo.
Quero dizer também que, se eu fosse uma pessoa que quisesse combater o
Vereador, eu não faria isso, porque eu apresentei o Projeto do Pontal do
Estaleiro – o Vereador sabe que fui eu – e o Vereador também apresenta agora o
Pontal do Estaleiro, para que seja transformado em área pública. Não é verdade?
Eu também podia jogar a mesma coisa que V. Exª está dizendo para mim. Eu
mantenho o respeito porque, se é para eu para retirar e ter o apoio do Ver.
Pedro Ruas, eu estou sempre de acordo com o debate. Não sou dono da verdade.
Quero dizer, Ver. Dr. Thiago Duarte, que realmente
eu apresentei, porque eu estava, na terça-feira, à noite, na RBS, e lá eu tenho
um amigo que é jornalista e que me deu a ideia. Eu falei com ele, Haroldo.
(Aparte antirregimental.)
O SR. ALCEU
BRASINHA: Ah! Eu não tinha visto isso, eu não ouvi. Mas ele deu a ideia, e daí eu
disse que, se o Ver. Pedro Ruas... Estava pronto, mas, se não passar, tudo bem.
Vereador, eu sou um cara que jamais quero ser dono
da verdade. V. Exª me ajudou a aprovar o meu projeto dos banheiros, o meu
projeto dos hinos, o meu projeto dos bares e restaurantes...
Verª Fernanda Melchionna, eu não estou aí para
brigar, só estou aí para somar, porque, com o Ver. Dr. Thiago Duarte... E, se
tiver que ser Ponte da Legalidade ou ponte não sei o quê do Rio Guaíba, para
mim tanto faz.
Eu não quero ser o mérito da vergonha, porque a
Verª Celeste está dizendo “que vergonha! que vergonha!”. Eu também conheço a
Verª Celeste. Qual de nós não pegou uma ideia de um ou de outro? Digam quem não
pegou. Até num discurso a gente pega, não é, Ver. Adeli Sell? Eu mesmo aprendi
muito com o Ver. Adeli! Por que o Ver. Adeli foi um grande Secretário da SMIC?
Por quê? Porque eu via as ideias dele, continuei olhando e tenho certeza de que
aprendi com V. Exª, como também aprendo com várias pessoas.
Quero dizer para vocês que não digam que eu gosto
de surrupiar, porque eu não sou surrupiador, não. Uma, que eu tenho nome, tenho
identidade, e sou pessoa muito séria, jamais vou querer me prevalecer em cima
de um querido amigo e colega. Se o Ver. Pedro Ruas propôs o nome Legalidade
para a Av. Castelo Branco, eu propus esse nome para a ponte: Ponte da
Legalidade. Se eu tivesse pegado a mesma Av. Castelo Branco e proposto outro
nome, aí sim, eu estava tentando tirar do senhor. É claro que foi o senhor que
começou este debate, com isso concordo plenamente, mas quero dizer para todos
que, se vocês acharem importante, no decorrer do tempo, vamos adequando, vamos pegar
junto, e, quem sabe, fazemos, todos juntos, que essa ponte se transforme na
Ponte da Legalidade. Obrigado, senhores.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Apregoo Licença
para Tratamento de Saúde para o Ver. Reginaldo Pujol, no dia de hoje, 15 de
dezembro de 2011.
Ver. Mauro Pinheiro, escuto Vossa Excelência.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Verª Sofia Cavedon, nossa Presidenta; ontem, o Ver. Professor Garcia
falou deste microfone de apartes que a Secretária de Educação tinha mandado uma
relação de documentos respondendo o nosso pedido de vários documentos a
respeito da CPI do Instituto Ronaldinho Gaúcho. Quero esclarecer que os
documentos que vieram da Secretaria de Educação quase – quase! – respondem o
primeiro item. Não veio completo nem o primeiro item, Ver. João Antonio Dib.
Nós temos seis itens, que não vou ler, porque isso tomaria um grande tempo.
Pedimos seis documentos, veio metade do primeiro item. Isso quer dizer que
continuo sem resposta. Se o Líder do Governo e o Ver. Garcia quiserem, posso
explicar e mostrar o que veio, que continua incompleto. A única certeza que
tenho é de que, cada vez que recebo documentos, fico com mais dúvidas e com uma
única certeza: a CPI é necessária. Muito obrigado.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Está registrado.
O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULINHO
RUBEM BERTA: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, todos os
que nos assistem, eu queria me colocar, aqui, com o maior respeito a todos os
Vereadores e a todas as Vereadoras. Compreendo que a Casa é, sim, para discutir
todas as pautas até a exaustão. Ontem, votei contrário à questão de transformar
a Av. Castelo Branco em Av. da Legalidade, porque concordo que a História
também se aprende com as derrotas, muitas vezes, e também se aprende quando se
erra. Se este País, em algum momento, errou, é possível que aprendamos com os
erros para não cometê-los no futuro.
Sou totalmente favorável a que se preste essa
grande homenagem a esse grande homem, a esse estadista chamado Leonel Brizola,
que foi um homem que pregou pelo Brasil, no nosso Estado, principalmente, a
Educação como forma de enriquecimento pessoal.
Verª Fernanda Melchionna e Ver. Pedro Ruas, um
projeto que bote o nome de Legalidade – prestando uma homenagem ao nosso
querido Leonel Brizola, que era gaúcho e foi de todos nós, que nos deixou
ensinamentos – num novo local da Cidade, seja na Ponte ou em outro lugar, podem
ter certeza de que terão o voto deste Vereador, terão o voto da Bancada do PPS.
Jamais negaremos a história para qualquer projeto que seja novo na Cidade, em
qualquer obra, qualquer monumento.
Eu queria fazer um apelo aqui, Ver. João Antonio
Dib. Nós passamos ontem, a tarde toda, discutindo essa questão! Eu jamais tive
a pretensão de negar o direito de os Vereadores desta Casa discutirem os
assuntos, mas penso que já chegamos à exaustão. E nós já estamos em cima do
final do ano, com prioridades enviadas pelo Executivo e projetos dos Vereadores
que precisam ir à discussão, ir à votação, para concluirmos o ano com os
projetos votados.
Então, quero fazer um apelo, com todo respeito, a
todos os Vereadores, a todas as Vereadoras: vamos tratar realmente do que
interessa – ontem foi ontem. É isso que eu gostaria de solicitar aos Vereadores
e às Vereadoras, digo mais uma vez, respeitando o direito de cada Parlamentar
se manifestar; o assunto tem que acabar aqui, agora, e tratarmos realmente do
que está na Casa para ser discutido. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Ver. Paulinho Rubem Berta, lembramos que hoje não
há votação, porque não houve acordo das Lideranças das Bancadas. Hoje temos
debates.
O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra em Tempo Especial.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Srª Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu faço o relato da minha viagem
realizada na semana passada, quando estive no Ministério da Justiça, no
Gabinete do Ministro, entregando um documento contendo várias irregularidades
que são praticadas aqui na Justiça gaúcha. Fomos recebidos, e o assunto está sendo
encaminhado para a Secretaria da Reforma do Poder Judiciário, bem como à
Ministra Eliana Calmon, para as devidas providências e tratativas.
Também estive no Ministério da Educação, em
audiência com a Professora Jaqueline Moll, que é gaúcha, Diretora da Área de
Currículos, Ver. Adeli, e que está produzindo um extraordinário trabalho. Ela
me apresentou todo o Programa Mais Educação, do qual Porto Alegre ainda está
longe, praticamente não deu a importância que deveria dar; é um Programa que
consolida a implantação da Escola de turno integral, uma das ideias sempre
trabalhadas, propagandeadas pelo ex-Governador Leonel Brizola, e que tem, sim,
virtudes e méritos. Está comigo, inclusive, um relatório, um livro, material,
DVD – um conjunto de elementos que posso disponibilizar a quem interessar. Esse
é um Programa, Ver. Adeli, poderoso, potente, porque vai auxiliar as famílias
no encaminhamento dos jovens e dos adolescentes, para que permaneçam o dia todo
na escola, num Programa que prevê desde a realização das três refeições diárias
até o reforço escolar, a ocupação com atividades, a permanência na Escola, o
trabalho articulado com mães, e os recursos passarão direto do MEC para as
escolas públicas. Recebi, com muita felicidade, o relato de que no Brasil,
atualmente, são 15 mil escolas de turno integral – das 180 mil escolas públicas
–, e que, já em 2012, esse número vai dobrar: nós vamos ter 30 mil escolas
públicas com o Programa Mais Educação, com a implantação do turno integral.
Portanto, isto nos dá uma grande satisfação,
porque, a par de todas as realizações do Governo Federal, como essas que
tivemos, com os anúncios da Presidente Dilma sobre a infraestrutura, com o
anúncio de R$ 1 bilhão para o metrô de Porto Alegre, com a nova ponte do
Guaíba, nós também podemos ver, na área social, em especial na Educação, a
preocupação e investimentos como nunca se viram antes neste País. Por isso,
queremos fazer o relato da nossa grande satisfação de pertencer à Bancada do
Governo Federal, Ver. Adeli, e à Bancada do Governo Estadual, o que demonstra,
sim, que se está transformando este Brasil, que se está transformando a
Educação, se está produzindo uma vida nova para todos os brasileiros, em
especial aos jovens, às crianças, aos estudantes, que estão recebendo uma
educação diferenciada como nunca antes. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para uma
Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Verª Sofia, nossa Presidente; demais Vereadores, demais Vereadoras,
público que nos assiste pelo Canal 16, público nas galerias, há pouco, falei a
respeito da documentação entregue a este Vereador pela Secretaria de Educação,
por intermédio do Professor Garcia, que é o Presidente da Comissão, Ver.
Haroldo de Souza, mas que não responderam aos questionamentos e ao Pedido de
Informações que nós fizemos. Quanto às dúvidas, cada vez que recebo a
documentação da Prefeitura e das Secretarias a respeito dos convênios entre a
Prefeitura Municipal de Porto Alegre e o Instituto Ronaldinho Gaúcho, Ver.
Adeli Sell, quanto mais documentos recebo, com mais dúvidas fico.
Aqui eu quero esclarecer algumas questões sobre as
quais eu começo a ter mais dúvidas, apesar de ainda não ter debulhado os parcos
documentos que recebi da Secretaria da Educação, sendo que uma delas é a
respeito das compras de materiais. Chegaram, nessa lista, Ver. João Antonio
Dib, alguns materiais que foram comprados, mas onde eles estão – alguns, nem
todos estão aqui –? Então, eu fiquei com uma dúvida, Ver. João Antonio Dib, que
o senhor, como Líder do Governo, talvez consiga nos responder. Um dos
equipamentos comprados foi um condicionador de ar split de 22.000 BTUs,
por R$ 2.930,00, comprado pela PROCEMPA naquele convênio entre a Prefeitura e a
PROCEMPA, para mandar para o Instituto Ronaldinho Gaúcho. V. Exª nos falou, na
época, que todos os equipamentos recolhidos do Instituto Ronaldinho Gaúcho
estavam nas escolas. A localização desse condicionador de ar – achei estranho,
talvez haja uma explicação – é na Sogipa. Eu não entendi: foi comprado pela
PROCEMPA para a SMED, para o Instituto Ronaldinho Gaúcho, mas agora está na
Sogipa, Ver. Adeli Sell! Esse é o destino do ar condicionado!
Tem mais: uma televisão de plasma, 42 polegadas,
Ver. João Antonio Dib, que foi comprada pela PROCEMPA para o Instituto
Ronaldinho Gaúcho e que também está na Sogipa! Realmente, os meninos carentes
da Sogipa devem precisar de uma TV de 42 polegadas, Ver. Alceu Brasinha,
comprada com dinheiro público. Essa televisão custou uma bagatela de R$
3.619,00 e está lá na Sogipa.
Há mais equipamentos que estão lá na Sogipa. Há,
inclusive, que dizem que está no depósito da Sogipa; 12 mesas redondas para
reunião, uma mesa quadrada e outra mesa regular que custaram R$ 3.834,00, que
também estão na Sogipa. Tem mais: filmadoras digitais também estão na Sogipa; e
máquinas fotográficas digitais que foram compradas pela PROCEMPA para o
Instituto Ronaldinho Gaúcho também estão na Sogipa. Mas por que na Sogipa, Ver.
Haroldo de Souza? Talvez haja meninos carentes na Sogipa que estejam precisando
de equipamentos do Instituto Ronaldinho Gaúcho ou haja um convênio da PROCEMPA
com a Sogipa. Eu acho que merecemos esclarecimentos.
Mas há mais coisas, Vereadores, que, em pouco
tempo, conseguimos levantar: no plano de trabalho que a SMED fechou com a
PROCEMPA para a compra de equipamentos para o Instituto Ronaldinho Gaúcho; há
várias coisas que não estão no plano de trabalho, mas estão na relação de
compras, Ver. João Antonio Dib. Eu gostaria de entender por que compraram algo
que não está no plano de trabalho. Por exemplo, em camisetas para o Instituto
Ronaldinho Gaúcho, Ver. João Antonio Dib, foram gastos R$ 35 mil, através da PROCEMPA,
e não estão no plano de trabalho.
Lá na PROCEMPA, está sobrando gente: há 56 CCs, e,
em vez de os caras trabalharem para fazer funcionar a Informática do Município,
contrata-se o Sistema Integrado de Administração Tributária – SIAT –, e ficam
comprando camisetas para o Instituto Ronaldinho Gaúcho. Este é o serviço da
PROCEMPA agora: comprar camiseta para o Instituto Ronaldinho Gaúcho, Ver. Alceu
Brasinha. É uma vergonha!
Vereadores, o Secretário Busatto nos falou, numa
reunião do Sesi, de que não havia problema em a PROCEMPA comprar, porque não
haveria nenhum custo para a PROCEMPA, e eu disse: “Na minha opinião, a PROCEMPA
paga impostos, e a SMED não pagaria, porque é um órgão da Prefeitura, não é uma
empresa”. “Não, a PROCEMPA não pagou impostos.” Mas está aqui, na relação, que
a PROCEMPA pagou R$ 13.751,71 em impostos incidentes sobre faturamento na
compra de equipamentos! Então, o Governo gastou, pagando impostos. Por que a
SMED não comprou esses equipamentos? Não teríamos mais esse custo de R$ 13 mil
em impostos. Aqui, no plano de trabalho, Ver. João Antonio Dib, também não diz.
Aqui temos R$ 231.000,00 dos R$ 382.231,00. Não está no plano de trabalho e não
tem nem nota fiscal, Ver. Haroldo de Souza! Há aqui monitores com 22
computadores, 4 suítes, enlace de rádios que não têm nota fiscal e também não
têm explicação.
Para concluir, quanto mais documentos recebo, mais
dúvidas tenho. E, quanto mais dúvidas tenho, só tenho uma certeza: só a CPI
poderá esclarecer todos esses problemas que nós temos entre PROCEMPA, SMED,
Prefeitura e Instituto Ronaldinho. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ADELI
SELL: Falo em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, Verª Maria
Celeste, para dizer que continuamos esperando explicações do Secretário Nereu
D’avila, pois o que nos têm dito sobre a Secretaria não convence ninguém. E
quero dizer que nós não estamos aqui para sermos ludibriados. Ou há explicação,
ou eu já aviso que nós vamos continuar fazendo as cobranças como gente madura e
responsável que é a nossa Bancada, Ver. Mauro Pinheiro.
Eu quero dizer que, toda vez que nós levantamos um
problema acerca de uma Secretaria, nós antes já conversamos ou com o Partido
responsável por aquela Secretaria, ou com alguém que represente o Governo. Nós
aqui não levantamos nada, absolutamente nada que não seja antes questionado aos
Líderes e aos Vereadores das várias Bancadas. Agora, não nos enrolem! Quando a
gente diz “amanhã nós queremos um retorno”, é porque amanhã nós queremos
retorno. Assim, nós continuaremos fazendo, sob a liderança do Ver. João Dib no
Governo, com o novo Presidente que assumirá no início do ano que vem, o Ver.
Mauro Zacher, e com quem for Líder de qualquer Bancada. Nós teremos conversas
claras, objetivas e diretas.
Quando nós dissermos que há problema com uma
licitação, atentem, porque nós temos as informações. Se nós dissermos que há
problema – como dissemos ontem aqui – na Secretaria Municipal dos Direitos
Humanos e Segurança Urbana, é porque existem problemas, e eles têm que ser
solucionados.
Agora, eu pergunto o seguinte: não teria sido
salutar se o Governo, Verª Sofia, ou, em especial, o DMLU houvesse vindo aqui,
com antecedência, explicar aos 36 responsáveis, por ter uma relação direta com
o povo de Porto Alegre, eleitos que fomos, sobre o problema do fim do contrato
com essa empresa que eu disse, desde o início, que não passava de uma empresa
picareta?
Eu quero saber se a coleta do lixo vai ser
regularizada, e até quando. Porque eu cansei de, nos últimos dias, mandar
fotografias para o DMLU. Por sinal, não sei se o problema está tão grave, Ver.
Luiz Braz, mas, nos últimos dias, o DMLU não tem respondido absolutamente nada.
Tem alguma crise no DMLU? Qual o problema que está havendo, Ver. João Dib? Está
regularizada a coleta do lixo em Porto Alegre?
(Aparte antirregimental do Ver. João Antonio Dib.)
O SR. ADELI
SELL: Eu gostaria de saber. O Ver. João Dib disse que vai falar; quando o
Ver. João Dib fala, nós ouvimos. Nós, que aqui representamos a oposição, também
sabemos reconhecer, Ver. João Dib, quando um Secretário ou uma Secretaria toma
atitudes. Dias atrás, estivemos com Vanderlei Cappellari, o Diretor da EPTC,
questionando os horários noturnos, nas regiões que não têm “corujão”. Temos o
Balada Segura, mas não temos transporte coletivo de passageiros. O pessoal que
trabalha na rede hoteleira não tem como pegar ônibus em alguns horários porque
simplesmente não existe horário. E nós estamos nos preparando para a Copa. Mas
veja que, nesta semana, o Cappellari disse taxativamente: “Vai ter corujão, e
vai passar por áreas de grande circulação de pessoas no período noturno,
especialmente na área da Cidade de entretenimento e de gastronomia”, como na
Rua 24 de Outubro e no Bairro Cidade Baixa.
Pois eu quero, creio que em nome de todos os
Vereadores, dizer que nós louvamos o esforço do Secretário Cappellari. E eu
também estou protocolando um Projeto aqui sobre os lotações transversais. Espero
que Porto Alegre melhore. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, meus
senhores e minhas senhoras, meu caro Ver. Mauro Pinheiro, eu acredito que seja
no brasão da Escola de Engenharia que há uma frase que diz o seguinte: “Honni soit qui mal y pense”. Claro que
eu não diria essa frase a V. Exª, mas eu sugeriria a V. Exª que buscasse se
informar dos acontecimentos. V. Exª perguntou onde foram levados os
equipamentos retirados do Instituto Ronaldinho pela PROCEMPA. E V. Exª já
disse: “Mas como na Sogipa?”. A PROCEMPA tem dois convênios com a Sogipa,
perfeitamente documentados, um de capacitação digital e outro convênio para os
Jogos Olímpicos que eu acho que se realizarão no ano que vem. Então, V. Exª
ficaria mais tranquilo e teria a sua saúde preservada, não ficaria tão nervoso,
tão incomodado, porque não recebeu a resposta. Eu acho até que deveria ser
detalhado por V. Exª que não é dos que pensa mal, mas não estava detalhado. E
V. Exª poderia ter perguntado antes de ir à tribuna – usar como foi usado – é
um direito seu, sem dúvida nenhuma –, mas seria mais fácil perguntar por que
estavam com a Sogipa esses equipamentos. Portanto, eu respondi a Vossa
Excelência.
E o Ver. Adeli Sell, com aquela tranquilidade de
sempre, critica, construtivamente, elogia, e eu tenho certeza de que o problema
do lixo em Porto Alegre independeu do Departamento de Limpeza Urbana, mas vai
trazer, nos próximos dias – talvez dois ou três dias –, um reequilíbrio da
coleta, e nós vamos ter o problema novamente solucionado. Em muitos bairros o
problema já foi resolvido, inclusive o Departamento de Limpeza Urbana chegou a
trabalhar no domingo, excepcionalmente, tentando minimizar um problema que, de
resto, aflige todos os porto-alegrenses que, na frente de suas residências, têm
aqueles depósitos de lixo, em razão de uma empresa que falhou com a Prefeitura
de Porto Alegre, depois de vários anos, mas, agora se sabe que em outra
Prefeitura, não sei de qual Estado, também falhou. Portanto, vale o alerta de
V. Exª, mas a Prefeitura está preocupada e o Departamento de Limpeza Urbana
também. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Informo que amanhã, às 14h, nós
teremos um passeio pelo Delta com o professor Udo Mohr, explicando os detalhes
das nossas ilhas, com suas lideranças, com os cidadãos honorários; será uma
visita de estudos.
O Ver. Nelcir Tessaro
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. NELCIR TESSARO: Srª Presidente, Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, público que nos
assiste, eu ouvi o seu convite, Srª Presidente, para o passeio até Guaíba que
acontece amanhã à tarde; e quero falar um pouco sobre a travessia, sobre a
parte turística que está ocorrendo em Porto Alegre.
O Ver. Melo, quando
estava Presidente desta Casa, e eu era Secretário de Mesa, fizemos diversas
reuniões reivindicando que essa travessia acontecesse. Aconteceu, a população
está feliz, temos turismo hoje. Mas eu fico preocupado, quando um grupo de
turistas, conhecidos nossos da Capital, procurou fazer um passeio, na última
terça-feira, nesse barco, para promover uma confraternização num almoço em
Guaíba, no restaurante que está no local da chegada, justamente em cima do rio
Guaíba. Claro que é uma propriedade privada, um estabelecimento comercial que
visa ao lucro e que pode cobrar os preços que bem entender. A minha preocupação
é que, em fevereiro deste ano, eu estive nesse mesmo restaurante, e muitas
vezes, e o absurdo que ocorre, o almoço que custava R$ 28,00 em fevereiro, agora, com a travessia, com os turistas, passou para R$
42,00, o mesmo prato. Ou nós queremos que o turista venha e cada vez mais
compareça e visite os nossos estabelecimentos comerciais e faça esse passeio,
ou nós queremos explorar o turista e correr com ele, como já ocorreu no Rio
Grande do Sul, quando os castelhanos vinham para cá – de Tramandaí a Torres –,
mas não os ficavam esperando de braços abertos, e, sim, para se aproveitar e
aumentar os preços e cobrar mais caro, porque recebiam em dólares. Agora, o
preço não pode ser em dólares aqui em Guaíba. Convenhamos! Uma refeição, um
almoço que custava R$ 28,00, passar para R$ 42,00, um mês depois da instalação
da barca no nosso píer, no restaurante que recebe os turistas! Nós temos que
nos preocupar não em limitar as pessoas, porque o espaço é pequeno, mas em
aumentar o espaço para atender mais gente, ganhar na quantidade, não no número
de pessoas que vai. Já que o espaço é pequeno, vamos selecionar os que
comparecem, aqueles que aproveitam o meio-dia, que só têm aquele tempo para o
almoço, até as 14h, fazendo variados tipos de alimentação, mas não ganhar nessa
exploração de preços. Isso me preocupa, porque é mais um verão que está
chegando, são as festas natalinas... Por incrível que pareça, na Cidade, as
pessoas dizem que os preços se mantêm, não tem inflação, mas parece que, quando
chega a época de festas, época que as pessoas gostam de passear...
Eu até tinha
planejado, neste domingo, fazer um passeio e almoçar lá em Guaíba, já não vou
mais, e digo para as pessoas fazerem o mesmo, até os proprietários do
restaurante caírem na realidade do preço. Levem o seu lanchinho, viagem na
barca, aproveitem a beleza natural que temos. Mas – por favor! – não vamos
ceder à exploração de mais de 50% de aumento em um mês! É muito caro R$ 42,00
por um almoço, seja aqui seja onde for, Ver. Mauro, o senhor já estava
questionando R$ 28,00, agora custa R$ 42,00.
Quero dizer que não
podemos permitir que isso aconteça. O Ver. Sebastião Melo, que, em nome desta
Câmara, se empenhou pela integração Guaíba-Porto Alegre/Porto Alegre-Guaíba,
nós vamos fazer uma reivindicação ao Ver. Campeão, de Guaíba, que dê uma
chegada lá. Somos amigos, eu e o Ver. Elói também conhecemos o proprietário,
vamos dizer a ele que queremos ganhar com o turismo, mas não explorar o turista. Vamos ganhar na quantidade de refeições,
para não acontecer o que está ocorrendo, Vereador. Vou falar com o Carlinhos
Vargas também. Um abraço!
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Solicito ao
Ver. Paulinho Rubem Berta que assuma a presidência dos trabalhos.
(O Ver. Paulinho
Rubem Berta assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Paulinho Rubem Berta): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra em Tempo de Presidente.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada, Ver.
Paulinho Rubem Berta. Espero ser muito breve; estamos apenas aguardando a
instalação do equipamento de projeção para o período temático de Comunicações
do dia de hoje.
Eu vou falar
rapidamente, porque temos duas ou três questões importantes para fechar neste
final de ano. Uma delas – eu quero deixar muito claro aqui –, Ver. Mauro
Zacher, é a condução que esta Presidenta fez em todo este período da sua
eleição, já que vários Vereadores têm dito que eu aprontei isso, que fiz
aquilo, aquilo outro, que marquei aqui Tribuna Popular, então, eu acho bem
importante deixar muito claro, primeiro, que foi um movimento autônomo da
juventude, que inclusive a mim surpreendeu. Segundo, nós contornamos durante a
manhã manifestações tão agudas quanto nós tivemos em outros momentos nesta
Casa, como na votação do IMESF e em outras votações bastante difíceis de serem
controladas – na realidade, fomos surpreendidos com a ocupação do plenário no
final da manhã. Em terceiro lugar, eu fiquei aqui, ao meio-dia – alguns
Vereadores que passavam, viram –, negociando, mediando com a juventude, que
permanecia nesta Casa, e construí com eles encaminhamentos. Amanhã, às 18h, eu
vou receber uma comissão, e já convido os Vereadores que queiram acompanhá-la.
Eles insistiam em falar na tribuna, e eu expliquei didaticamente que esta Casa
tem horários para a população se manifestar, e um deles, além das Comissões,
das audiências públicas, é a Tribuna Popular, e que esse espaço estava ocupado
até o final do ano, mas que verificaríamos se uma delas poderia ser substituída
para eles fazerem uma manifestação dentro dos marcos democráticos. Foi o que
foi possível ser construído, não foi armação desta Presidenta, pois nós
estávamos em um momento agudo de crise, e os estudantes continuaram durante
toda a tarde aqui, com um comportamento muito diverso. Quero deixar muito claro
para Vossas Excelências que não há por parte desta Presidenta uma
intencionalidade de expor a Câmara ou de superar ou de não respeitar a
construção democrática, tanto que votei com minha Bancada nos moldes do acordo
que esta Casa construiu.
Em segundo lugar, nós
estamos trabalhando, Ver. Mauro Zacher, para a acomodação das duas novas
Bancadas. O Ver. Bernardino, hoje, me cobrou novamente o espaço físico. Nós
sabemos que este tema do espaço físico não é fácil para esta Casa. Amanhã, às
11h45min, estaremos assinando o contrato para o início de uma obra importante
que vai interferir no terceiro andar e no salão Adel Carvalho – e eu convido os
Vereadores e a Mesa para participarem desse momento. Também pedi para o Diretor
da DAC e para o Diretor Administrativo que façam o estudo desta Casa, Ver.
Bernardino, que façam o estudo de todos os lugares, de todos os espaços, para
apresentarem alternativas à Mesa Diretora, Ver. Paulinho Rubem Berta. Na
segunda-feira, nós vamos nos reunir, antes da Reunião Conjunta das Comissões,
para analisar as propostas de espaço físico para as Bancadas.
Também encaminhamos
para o GAPLAN os projetos de lei que criam os cargos para as novas Bancadas; o
GAPLAN deve nos apresentar isso, votaremos nas Comissões Conjuntas e preparemos
para votação, que só poderá acontecer no início do ano que vem, porque neste
semestre estamos proibidos de criar novos custos com pessoal nesta Câmara de
Vereadores.
Então, quero deixar
bem claro que estamos trabalhando para o encaminhamento tranquilo da transição
nesta Casa, com as providências que a Mesa Diretora tem que tomar, e que está
tomando, para garantir a presença e a manifestação democrática de todos os
senhores e de cada um dos Partidos nesta Casa, mesmo com as dificuldades de
estrutura física que temos.
Por fim, gostaria de
falar um pouco sobre a segurança nesta Casa. Eu nem li hoje, no Diário Gaúcho,
a matéria sobre a segurança. A nossa Casa teve três episódios agora em
dezembro. Esses episódios tiveram, sim, o controle das nossas câmeras de vídeo;
nós tivemos problemas com algumas câmeras que estavam desligadas, estamos
fazendo uma análise técnica – algumas naquele dia mesmo, no dia 12 –, mas
outras estavam ligadas...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
A SRA. SOFIA CAVEDON: ...Obrigada, Ver.
Paulinho. Identificamos, e, nos três episódios, os únicos deste ano inteiro, a
Polícia veio, os identificou, e foi preso o rapaz que entrou nesta Casa. A
estrutura que a Casa tem de acompanhamento e investigação não é perfeita? Não,
não é perfeita. Nós não temos pessoal suficiente para ter alguém olhando as
telas 100% do tempo; temos falhas técnicas, mas a Casa tem a segurança que
conseguiu construir até agora, temos um grupo muito bacana, muito colaborativo de
funcionários nesta área.
Então, quero dizer
para V. Exas que não nos serve uma matéria de
jornal que identifica nesta Casa fragilidades; aliás, eu não sei qual é a
intencionalidade. Eu acho que, sim, devemos fazer tudo para aprimorar, mas a
nossa Casa é a Casa do Povo. E eu afirmei ao jornal Diário Gaúcho que, só num
dia da semana passada, nós tivemos mais de mil pessoas nesta Casa. E os
Vereadores, com toda a sua controvérsia, devem se orgulhar do tamanho da
permeabilidade do nosso trabalho, que eu acho que é o que aprimora e aprofunda
a democracia.
Eu agradeço aos
senhores a atenção, peço que o Ver. Paulinho abra o período temático de
Comunicações, para que eu possa me reunir com a minha Bancada rapidamente aqui
fora. Mas eu já retorno. Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Paulinho Rubem Berta): Passamos ao período temático de
Hoje, este
período é destinado a tratar do assunto dos Técnicos em Radiologia. Convidamos
para compor a Mesa o Sr. Waldemar Nunes da Silva Filho, Diretor-Presidente do
Sindicato de Radiologia, e a Srª Maria Angélica de Mattos Fontella, Técnica em
Radiologia.
O Sr. Waldemar Nunes da
Silva Filho, Diretor-Presidente do Sindicato de Radiologia, está com a palavra
no período temático de Comunicações.
O SR. WALDEMAR NUNES DA SILVA FILHO: Boa-tarde a
todos os presentes na Casa do Povo, a Câmara dos Vereadores, sou
Diretor-Presidente do Sindicato dos Técnicos e Auxiliares em Radiologia Médica
do Estado do Rio Grande do Sul. Estamos, novamente, com esta oportunidade de
poder iniciar esta palestra cujo tema é a mamografia, que e a nossa colega
técnica fará. Mas, antes, queria saudar a Presidente da Câmara de Vereadores, a
Exma Srª Sofia Cavedon; o Vice-Presidente, Ver. DJ Cassiá; o 2.º
Vice-Presidente Mario Manfro; os
Secretários Paulinho Rubem Berta, Waldir Canal, Adeli Sell; bem como os demais
Vereadores. Gostaria de cumprimentar, em especial, o nosso amigo Ver. Brasinha,
que está nos apoiando neste projeto e convidar cada Vereador que tenha um trabalho
na comunidade, para que, em 2012, o Sindicato consiga fazer um núcleo de
palestras junto às suas comunidades, principalmente àquela população carente,
para esclarecer algumas coisas em nível de Saúde. Esse trabalho está previsto
no nosso Estatuto, nós já temos feito alguns trabalhos junto a alguns
Vereadores do interior do Estado, mas, agora, queríamos fazê-lo em Porto
Alegre. Então, gostaríamos de selar esta parceria. E sei que há muitos
Vereadores que trabalham junto a comunidades, a associações, então, deixamos o
convite.
Quero dar início à
palestra, então vou passar a palavra para a nossa Técnica de Radiologia, a
Maria Angélica Fontella, que irá ministrar o tema Mamografia e a Saúde da
Mulher.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. MARIA ANGÉLICA DE MATTOS FONTELLA: Boa-tarde a
todos, boa-tarde à Presidente da Sessão, Vereadores, Vereadoras, meu nome é
Maria Angélica de Mattos Fontella, sou Técnica em Radiologia, trabalho na
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, no Hospital Presidente Vargas, e sou membro
do Sindicato de Radiologia do Rio Grande do Sul.
O tema da minha explanação, nesta tarde, é em torno
do exame de mamografia. A mamografia ainda é o exame mais adequado para o
diagnóstico do câncer de mama. É um exame que pode detectar lesões mesmo em mulheres
sem sinais ou sintomas da doença. É um exame que pode detectar lesões muito
pequenas quanto de dois milímetros, que poderiam levar de dois a quatro anos
para serem detectadas e palpáveis. É um exame que objetiva o estudo do tecido
mamário, com baixas doses de radiação e uma técnica de compressão mamária. É um
exame de alta sensibilidade; seus benefícios quanto à detecção precoce do
câncer de mama são muito altos, sendo esses benefícios muito maiores do que o
mínimo risco de exposição à radiação a que a paciente é exposta, e também do
desconforto que algumas mulheres sentem em relação à compressão da mama.
A compressão mamária ainda é o maior incômodo das
mulheres em relação ao exame, motivo pelo qual inclusive muitas mulheres deixam
de realizar a mamografia.
Mas a compressão é muito importante na realização
do exame e na obtenção de uma imagem de qualidade, porque ela diminui a
espessura da mama, e com isso reduz a dose de radiação aplicada; ela restringe
os movimentos da paciente, aumentando a resolução da imagem; diminui distorções
de possíveis lesões nas imagens e diminui superposição de tecidos da mama,
permitindo visualizar lesões suspeitas com mais facilidade.
(Procede-se à apresentação em PowerPoint.)
A SRA. MARIA ANGÉLICA DE MATTOS FONTELLA:
Aqui, há uma figura para demonstrar, para exemplificar, a diferença
entre uma mama não comprimida e uma mama com compressão.
Na mama sem compressão, vocês podem observar que as
possíveis lesões ficam distantes do filme, elas são circundadas com tecido, podendo
gerar sobreposições que dificultam a sua visualização.
Na mama comprimida, a espessura da mama cai pela
metade, o que diminui a dose de radiação, aproxima as estruturas do filme,
melhorando, então, a qualidade da imagem. A mama possui uma grande variação de
tecidos que a compõe. Existe o tecido conjuntivo, que é a região mais clara da
imagem; existe o tecido gorduroso, que são as regiões mais escuras da imagem. E
essas diferenças de densidade da mama e a diferença de espessuras são
minimizadas através da compressão. A mamografia é um exame simples que não
necessita de preparo prévio para a sua realização, somente a paciente recebe
instruções de não estar usando acessórios e joias, bem como talcos,
desodorantes que podem causar artefatos na imagem. A história prévia relevante
da paciente vai ser registrada antes do início do exame, isso conforme o
protocolo de cada serviço, mas, via de regra, inclui tópicos como: gravidez, o
número de gestações, histórico
familiar de câncer de mama, uso de medicamentos contínuos, como
anticoncepcionais ou terapia de reposição hormonal, histórico de cirurgias
prévias, mamografias anteriores. É muito importante a paciente sempre guardar o
último exame e levá-lo quando fizer novo exame, para que seja feito um laudo
comparativo; descrição de sinais observados. Essa parte é muito importante ser
registrada pela técnica de radiologia, como nódulos, secreção na mama, a
localização de cicatrizes, massas palpáveis, sinais de pele, verrugas ou
tatuagens.
Em mamografia existem três tipos de aquisição de
imagem: a convencional, a digital indireta e a digital direta. A mamografia
convencional ainda é o exame mais realizado na maioria dos serviços, possui uma
boa qualidade da imagem, mas é um sistema que tem limitação, em função de a imagem
ser imutável após ser adquirida. O filme é sensibilizado, documenta a imagem e,
após isso, ela não pode mais ser alterada. Aqui uma imagem somente para
demonstrar um equipamento de mamografia. Aquela imagem pequena, em azul, é um
chassi que abriga o filme antes da exposição da radiação, e uma processadora,
por onde o filme passa por processo de revelação, após
a exposição. Isso em um sistema convencional. Na mamografia digital indireta a
imagem é obtida através de um equipamento de mamografia comum, não mais
utilizando o filme, mas uma placa de fósforo que registra a imagem, que depois
é digitalizada para um equipamento específico. Esse IP, essa placa de fósforo,
recebe a imagem obtida pelo equipamento e depois é processada nesse
digitalizador, sendo obtida uma imagem que pode ser alterada em contraste,
detalhes, brilhos e, após, pode ser arquivada em formato digital para posterior
análise. Esta é uma demonstração de um equipamento digital. Um cassete que
abriga a placa de fósforo que, então, recebe a imagem. Um digitalizador que vai
passar a imagem para os monitores onde verificamos posteriormente. E a
mamografia digital direta, que é uma tecnologia mais recente, ainda muito pouco
utilizada na maioria dos serviços, em função do alto custo dos equipamentos e
manutenção, é um processo que não utiliza filme. A imagem é obtida por um
detector digital. Tem processos de aquisição, exposição e armazenamento de
imagem separados, e esses processos podem ser aperfeiçoados individualmente.
Esta é a imagem de um equipamento digital, uma estação de trabalho que recebe a
imagem. Na mamografia digital, a imagem sai quase em tempo real, somente 10
segundos após a aquisição a imagem já pode ser visualizada nas estações de
trabalho. A mamografia digital, em virtude de sua ampla extensão de contraste,
é ideal para obtenção de imagem de mamas, por exemplo, com implante de
silicone. Com uma única exposição, podemos visualizar tanto a região da prótese
– que é essa imagem à esquerda – como a região dos tecidos adjacentes a ela. Em
um equipamento convencional, teríamos que gerar uma nova exposição da paciente.
E, no equipamento digital, nós conseguimos fazer as duas imagens, somente
alterando os padrões do equipamento. Aqui também está um exemplo de uma
mamografia digital de uma paciente com microcalcificações, que são melhor
visualizadas através de uma técnica de zoom
no equipamento e de inversão do contraste. A inversão do contraste faz parte da
tecnologia digital. A ampliação também seria possível de se realizar pela
mamografia convencional, mas geraria uma nova exposição, uma nova compressão na
paciente. Então, são vantagens da tecnologia digital que nos proporcionam obter
novas incidências somente trabalhando com o equipamento.
É importante
ressaltar que, independente do modo de aquisição da imagem, alguns padrões não
sofrem alteração, tais como o posicionamento da paciente é o mesmo; a
compressão mamária se faz necessária, independente do tipo de aquisição da
imagem; e os três tipos de aquisição usam o feixe de raios X.
A partir desses modos
de aquisição da imagem, a mamografia rotineiramente é um exame realizado
bilateralmente, constando de duas incidências de cada mama, sendo duas em
crânio caudal e duas em médio lateral oblíqua. Eu coloquei na imagem somente
para exemplificar. Ali nós temos a imagem de uma paciente posicionada em
posição ortostática, de frente para o equipamento, com a mama comprimida, para
ser realizada a exposição. À direita, na tela, nós vemos a imagem de uma
mamografia, como será demonstrada no filme: ali são duas mamas em crânio
caudal. Após, é realizada a incidência médio lateral oblíqua. À esquerda, nós
temos a demonstração de uma paciente sendo posicionada para realizar o exame; o
tubo sofre uma angulação porque essa incidência serve para visualizar melhor a
região lateral da mama e essa parte da região axilar, como demonstrado na
imagem à direita da tela. Somente para exemplificar, não vou entrar em detalhes
técnicos.
Sendo assim, quais
são os critérios que a paciente precisa saber para a realização da mamografia?
Existe um documento de consenso para controle do câncer de mama, que é do
Ministério da Saúde, em parceria com o Instituto Nacional do Câncer, que diz
que, para rastreamento, a mamografia será realizada: em primeiro lugar, em
exame clínico para paciente a partir dos 40 anos; mamografia para mulheres
entre 50 e 69 anos, com intervalo de no máximo dois anos entre os exames; será
realizada sempre antes de iniciar terapia de reposição hormonal para detectar
lesões não palpáveis na mama e estabelecer o padrão mamário e, após, a paciente
vai realizar um controle anual; no pré-operatório de cirurgias plásticas; exame
clínico das mamas e mamografia anual a partir dos 35 anos, para mulheres do
grupo de risco.
Quais são estes
grupos populacionais de risco elevado para o câncer de mama? São mulheres com
histórico familiar de, pelo menos, um parente em primeiro grau – mãe, irmã ou
filha – com história de câncer de mama abaixo dos 50 anos ou com histórico
familiar de, pelo menos, um parente em primeiro grau com diagnóstico de câncer
de mama ou câncer de ovário em qualquer faixa etária. Mulheres com histórico
familiar de câncer de mama masculino – não referi antes, mas a mamografia
também pode ser realizada em
pacientes do sexo masculino, principalmente quando existe uma alteração
hormonal chamada ginecomastia, em que há um aumento da glândula mamária
masculina, e a rotina do exame é a mesma – têm alto risco de vir a ter câncer
de mama. Mulheres com antecedentes pessoais de câncer de mama, mulheres com
história de câncer primário de endométrio ou ovário. Mulheres que fizeram uso
prolongado de estrógeno – anticoncepcional –; mulheres que tiveram menarca
precoce, antes dos 12 anos, ou menopausa tardia, após os 55 anos.
Esse mesmo documento de consenso do Ministério da
Saúde diz que, para diagnóstico, a mamografia vai ser realizada em pacientes
com sinais ou sintomas de câncer de mama independente da idade. Os sinais mais
frequentes de câncer de mama são: o nódulo, o espessamento, que é uma região
mais endurecida da mama, sem que se possa delimitar um nódulo; a descarga
papilar – secreção no mamilo; retração cutânea – retração na pele da mama –, e
retração do complexo mamilo-areolar, da região do mamilo.
Sobre os nódulos, geralmente o nódulo é uma
alteração detectada pela própria paciente; são alterações muito comuns,
geralmente benignas. A recomendação, quando ele é um achado novo, é que se
realize a mamografia, independente da data do último exame. Então, a paciente
vai procurar o médico, e vai ser indicada a mamografia, independente da data do
exame anterior. Os nódulos são analisados de acordo com o tamanho, contorno,
limites e densidade. Eles se apresentam, na mamografia, com forma ovalada e
arredondada. Conforme a densidade, eles podem ser densos, isodensos ou de baixa
densidade, ou ainda com densidade de gordura ou heterogênea. Lesões benignas,
como cistos mamários, geralmente têm densidade de gordura. As densidades mais
altas geralmente são atribuídas a lesões malignas. Quanto aos contornos, eles
têm contornos regulares, lobulados, irregulares e espiculados. A suspeita de
malignidade aumenta em função da ordem citada nessa imagem. Quanto aos limites,
também eles podem ser definidos, parcialmente definidos, ou pouco definidos. Os
nódulos malignos, via de regra, têm limites mal definidos. Aqui um exemplo do
espessamento mamário, na imagem à direita, é uma região de espessamento na mama
que não delimita um nódulo. No caso do espessamento, segue a mesma regra da
mamografia. Ao identificar a alteração, se realiza o exame, independente da
data do exame anterior.
Nos casos de secreção mamária, é fundamental a
paciente caracterizar se ela é espontânea, se ela é uni ou bilateral, se ela
tem aspecto cristalino ou água de rocha, como a gente chama, se ela tem aspecto
de colostro ou sanguinolenta ou serosa; se a coloração é esverdeada ou
amarelada. Isso porque geralmente secreções unilaterais, espontâneas, de
aspecto sanguinolento ou mesmo cristalino estão associadas a tumores já
avançados. Então, quando se observa essa alteração na mama, se recomenda
realizar a mamografia. Não mais importantes, mas associadas a tumores já
avançados, devem ser observadas alterações no contorno do seio como inchaço,
mudança na direção do mamilo, que é a segunda imagem, da esquerda para a direita,
o mamilo invertido, como a gente chama; covinhas ou pregas na pele, regiões com
retrações na pele e, por último, a pele do seio com aspecto de casca de laranja
também são alterações que devem ser observadas pela paciente durante o
autoexame, porque, geralmente, elas estão associadas a tumores já em estado
avançado.
Existe a classificação Bi-Rads, como a gente chama,
que é do Colégio Americano de Radiologia, usada para padronizar os laudos de
mamografia. Traduzindo para o nosso português, quer dizer “imagem da mama,
sistema de informação”. Essa classificação vem no laudo da mamografia. A
Bi-Rads 0 pede complementação da mamografia com outros exames, como o
ultrassom, ou a realização de compressão seletiva, ou pede comparação com
exames anteriores. A Bi-Rads I diz que nenhuma alteração é visualizada, então a
frequência do exame vai ocorrer conforme o protocolo de rastreamento, ou seja, pacientes com idade a partir dos 50 anos vão realizar, de dois em dois
anos, para controle. A Bi-Rads II são achados benignos. A frequência do exame
também vai ocorrer dentro do protocolo de rastreamento. Na Bi-Rads III, vai vir
no laudo “achado provavelmente benigno”, com chance de malignidade de mais ou
menos 2%; se recomenda, nesse caso, repetir o exame em 6 meses; a Bi-Rads IV
são achados suspeitos para malignidade. A paciente vai ser encaminhada para
continuar a investigação através de outros exames. A Bi-Rads V são achados
altamente suspeitos para malignidade, e a paciente já será encaminhada para
procedimentos terapêuticos.
Embora o nosso
intuito seja esclarecer as mulheres sobre o exame de mamografia, como ele é
feito e quando ele deve se feito, tem algumas considerações que também são
importantes e simples, apenas alguns cuidados que as mulheres devem ter em
relação a sua saúde: fazer exame clínico uma vez ao ano, realizado por médico
ou enfermeiro nos Postos de Saúde; não abusar de bebidas alcoólicas, não fumar,
manter hábitos alimentares saudáveis, praticar exercícios físicos e, por
último, mas não menos importante, realizar o autoexame. O autoexame vai ser
realizado uma vez por mês, três dias após o término da menstruação. As mulheres
que não menstruam mais vão escolher uma data, um dia no mês, e vão realizar
sempre naquela data, uma vez por mês. O paciente vai ficar em pé, em frente ao
espelho e vai observar a região dos mamilos, a superfície das mamas e todo o
seu contorno; vai elevar os braços, observando se existem pregas na superfície
das mamas ou mesmo retração na superfície da pele. Após isso, deitada, a
paciente, com a mão direita, vai examinar, vai apalpar a mama esquerda com
movimentos circulares, apertando levemente com a ponta dos dedos toda a mama,
repetindo o processo na mama oposta. Encontrando alguma alteração, a paciente
vai procurar o médico, e fica a critério clínico, então, a investigação.
Eu vou fazer minhas
as palavras de uma jornalista gaúcha, num jornal de circulação aqui no Rio
Grande do Sul. Ela diz o seguinte (Lê.): “Mamografia não é luxo. É um direito.
São esses os passos para diminuirmos os índices alarmantes de mulheres que
morrem de um câncer que poderia tranquilamente ser curado. Primeiro: que todos
os hospitais e postos de saúde tenham o equipamento funcionando para que possam
atender dezenas de pacientes todos os dias, já que é um exame que não toma
muito tempo. Segundo: que as próprias mulheres se interessem mais pelo assunto
e não entreguem seu destino nas mãos de Deus. Há diversas razões que levam ao
óbito, e a pior delas é a morte por ignorância. Outubro Rosa é só o nome de uma
campanha, mas pode se estender para novembro, dezembro, janeiro. E você nem
precisa gostar de cor-de-rosa. Mais importante do que ser identificada como uma
mulher feminina é ser identificada como uma mulher inteligente. Faça já.”
Pela atenção de todos eu agradeço, em nome do
Sindicato de Radiologia. Boa-tarde a todos. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
A SRA.
PRESIDENTE (Maria Celeste): Obrigada, Maria Angélica. Eu a convido para compor
novamente a Mesa dos trabalhos.
O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra no
período temático de Comunicações.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Srª Presidente, Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Estava ouvindo, Waldemar e Maria Angélica, essa bela explicação que
dá uma demonstração, Ver. Dr. Raul, de que, se esse exame estivesse disponível
para toda a população de uma forma mais ágil, ou, pelo menos, a partir dos 40
ou dos 60 anos, uma vez a cada dois anos, iria diminuir muito a incidência do
câncer de mama. Mas eu acredito que esta explanação aqui na Câmara é muito
provocativa para que nós, Vereadores, junto com o Governo, viabilizemos
determinadas ações que possam dizer aos gestores da Saúde de Porto Alegre, hoje, amanhã e no futuro, que eles podem fazer trabalhos preventivos
também para o câncer de próstata nos homens. O Ver. Luiz Braz, inclusive, tem
um Projeto nesse sentido, aprovado há alguns anos – lembro muito bem. Todo e
qualquer exame ou programa que trabalha na direção da prevenção tem que
receber, sim, o apoio do Poder Público. Muitas vezes, esses serviços ficam
aquém da expectativa da população.
Nós temos algumas
instituições em Porto Alegre, institutos; não é por acaso que existe o
movimento Outubro Rosa na Cidade, no Estado e, pode-se dizer, no País, mas não
é o suficiente. Eu concordo com a Maria Angélica no sentido de que não é
suficiente só no mês de outubro. Dá a impressão de que, nesse mês, chama-se
muito a atenção para este assunto, porque são jogados na mídia os índices de
incidência de câncer de mama: dos que tiveram ou não a cura, dos que chegaram
tarde ao exame.
Eu acredito que nós,
homens públicos, quando nos deparamos com uma dura realidade, quando percebemos
que a gestão da Saúde fica distante da necessidade, temos que propor alguma
coisa. O Programa de Saúde da Família, que é um Programa que deu certo, é uma
parceria do Governo Federal com os Municípios, levando os profissionais da
saúde – médico, enfermeira, agentes comunitários, técnicos de enfermagem – até
as famílias. Esses profissionais poderão, sim, nos ajudar muito nessa
caminhada, porque, às vezes, o autoexame de mama é feito, Maria Angélica, mas o
exame por parte de um profissional também é necessário. Esse profissional, uma
vez percebendo um possível nódulo, Ver. Luiz Braz, pode encaminhar, sim, aquela
cidadã para fazer o exame preventivo com prioridade, porque até ela chegar,
ficar na fila, marcar uma consulta e fazer o exame, meus amigos e colegas,
demora muito tempo.
Muitas cidadãs estão
há anos aguardando para fazer esse exame. Por isso é que nós ouvimos, há muito
tempo, alguns gestores defenderem a Central de Especialidades, a Central de
Exames. Muitas vezes, o cidadão tem uma enorme dificuldade de conseguir uma
consulta com um especialista.
Eu creio que o tema é
muito interessante e provocativo, como eu disse no início, porque ele nos
remete a fazer uma grande reflexão, Ver. Brasinha, que traz aqui os
profissionais para nós estudarmos possibilidades ou fazermos Projetos de Lei
que vinculem a esses programas a ação do Governo Municipal. Eu sei que há
muitos Vereadores que trabalham nessa temática, mas os homens também precisam
de atenção nesse sentido, no caso do câncer de próstata, como falei aqui,
porque o cidadão tem uma enorme dificuldade de chegar nesse atendimento.
Então, quero parabenizá-lo
pela ideia de trazê-los, mas podemos dizer que, realmente, são centenas,
milhares de cidadãos que estão tendo dificuldades de fazer um exame, de ter uma
orientação adequada, como foi colocado aqui. Se nós tivéssemos isso
disponibilizado pelo Poder Público, com certeza, a incidência de morte dos
cidadãos e cidadãs seria bem menor. Parabéns, e sucesso na caminhada.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Maria Celeste): O Ver. Dr.
Raul Torelly está com a palavra no
período temático de Comunicações.
O SR. DR. RAUL TORELLY: Verª Maria Celeste,
na presidência dos trabalhos; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; todos os que nos assistem; cumprimento especialmente os que
hoje estão aqui nos brindando com as suas presenças, os técnicos de Radiologia.
Maria Angélica, quero dizer que eu tenho acompanhado, ao longo dos meus 32
anos, já, de Medicina, a questão do câncer. A questão do câncer vem se
avolumando cada vez mais na sociedade. E nós, aqui no Sul, principalmente em
Porto Alegre, temos tido dificuldade cada vez maior nesse sentido, apesar de os
Governos estarem procurando ajudar, fazer a sua parte. Com o aumento da
longevidade, com a alimentação muito gordurosa, com o estresse do dia a dia,
com o número de poluentes a que nós estamos sempre expostos, como é o caso do
fumo, do álcool, enfim, isso tudo, de uma maneira importante, nos leva a chegar
até as doenças crônico-degenerativas. Eu classifico, hoje, o câncer como uma
doença de degeneração celular; claro que aparece desde a infância, mas aparece
com maior intensidade, com maior frequência com o aumento da nossa longevidade. É claro que
a questão do câncer está muito em evidência; inclusive, como sabemos, temos o
caso do ex-Presidente Lula, que está aí para servir de exemplo a todos, e o da
Presidente Dilma. Então, se nós temos essa doença até nos próprios maiores
mandatários da República, é evidente que isso está mais do que espalhado em
toda a nossa sociedade.
Temos que fazer esse enfrentamento, e isso vem
sendo feito aqui no Rio Grande do Sul, principalmente na questão do câncer de
mama, através de pessoas valorosas, de entidades valorosas, como essa
iniciativa do Outubro Rosa, como o Imama, o Mamamóvel e tantas outras ações,
como o próprio Hospital Moinhos de Vento, que tem aquele projeto junto ao
Parque Belém, se não me engano.
Então, na realidade, o que a gente tem que ver é
que também o ser humano, ele tem a sua culpa em não fazer a prevenção. E não é
só o homem em relação ao câncer de próstata. A mulher também, a gente tem que
estimulá-la a fazer a prevenção, mas existe o medo, que é intrínseco ao ser
humano, que faz com que, muitas vezes, as pessoas procurem ajuda quando as
doenças já estão instaladas com mais gravidade e com dificuldade de tratamento.
Qualquer ser humano tem essa dificuldade, que é o enfrentamento entre a saúde e
a doença, entre a vida e a morte; cada um analisa isso internamente e de uma
maneira muito peculiar.
Então, eu concordo muitas vezes com o Ver. Oliboni,
nós que militamos na área da Saúde, na questão dos Agentes Comunitários de
Saúde, que, visitando as casas, estimulando as pessoas, conversando com as
mulheres, assim como os homens, podem fazer um trabalho fundamental nessa
questão.
Nós temos ampliado; eu diria que no início do
Governo Fogaça tínhamos 54 equipes de Saúde da Família; hoje – e lá se vão seis
ou sete anos –, estamos com quase 135; mas precisamos ter 250 ou 300 na Cidade,
para que, pelo menos em Porto Alegre, a gente consiga cobrir de uma maneira
maior as nossas áreas da Saúde Pública.
Quanto à questão da mamografia – e eu trabalho em
Posto de Saúde e na periferia – acho que avançou muito, e tem avançado. Não
podemos dizer que está faltando tanto, porque ela está mais presente, está mais
fácil de ser conseguida. Então, a mulher que realmente está interessada, ela
não tem um acesso muito difícil hoje à mamografia. Mas é claro que tudo o que
nós fizermos no sentido de valorizarmos a saúde, para fazer com que a mulher
consiga prevenir-se realmente, consiga chegar à cura, ter uma vida digna, uma
vida com longevidade, isso é bom para todo mundo. É nesse sentido que
trabalhamos e que esperamos dar a nossa participação. E a Câmara, com certeza,
será sempre parceira nesse processo. Muito obrigado. Saúde para todos.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Maria Celeste): Solicito que o Ver. Aldacir José Oliboni assuma a
presidência dos trabalhos.
(O Ver. Aldacir José Oliboni assume a presidência
dos trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Aldacir José Oliboni): A Verª Maria Celeste está com a palavra no período
temático de Comunicações.
A SRA. MARIA
CELESTE: Presidente Aldacir Oliboni, senhores e senhoras que nos assistem, quero
saudar especialmente o Sr. Waldemar Nunes Filho, Diretor-Presidente do
Sindicato de Radiologia, que está aqui conosco; e a Srª Maria Angélica de
Mattos Fontella, Técnica em Radiologia. Quero agradecer a compreensão que V. Exas
tiveram, pois já estiveram conosco, anteriormente, no dia dez. Foi um momento,
Ver. Brasinha, que é o proponente deste tema nesta Sessão, bastante difícil
para todos nós. Estávamos recebendo o Secretário de Saúde naquele dia, e quero
agradecer a colaboração e a compreensão dos senhores em retornar a esta Casa
para divulgar, trazer o pedido de ajuda desse importante Sindicato dos Técnicos
em Radiologia para a necessidade da implementação de uma política pública e
também de agilidade nessa política pública, especialmente para disponibilizar o
maior número de equipamentos na rede de atendimento da Saúde na nossa Cidade.
É muito importante que tenhamos profissionais
qualificados, é muito importante que tenhamos o maior número de equipes de PSF,
mas, se não tivermos lá, no setor, no serviço competente, o técnico da
radiologia, o próprio radiologista, o equipamento para fazer corretamente o
exame, de nada adiantará o diagnóstico do médico. Eu acho que esse é o grande
problema que nós estamos enfrentando nas nossas redes públicas municipal,
estadual e federal. Eu falo num todo, pois esse é um problema seriíssimo,
especialmente aqui no Estado do Rio Grande do Sul, e falo do câncer de mama,
porque o nosso Estado é o que tem mais casos de câncer no Brasil. E eu falo com
muita tranquilidade, porque eu mesma tive câncer de mama. E o quanto é
importante o painel que vocês nos trouxeram, hoje, que está sendo transmitido e
será retransmitido pela nossa TV Câmara para as mulheres da nossa Cidade, do
nosso Estado também, contendo informações riquíssimas da área da prevenção.
Isso é extremamente importante! As mulheres precisam se cuidar, precisam saber
quando procurar um médico e precisam, acima de tudo, não temer quando descobrem
algo diferente no seu corpo, e que precisam procurar ajuda. Esse é o primeiro
passo! E acho que a Maria Angélica foi muito feliz nas lâminas que separou, que
trouxe, mostrando como é o exame da mamografia, um dos grandes medos das
mulheres: se vai doer ou não.
Então, a forma como tu colocaste foi muito feliz,
para dizer para as mulheres que elas têm que se prevenir, têm que se tocar, mas
têm que ter, sim, coragem de fazer o exame, fazer a mamografia, porque isso salva
vidas. Quando se detecta uma microcalcificação numa mamografia e o técnico
alerta o médico, essa paciente deve, imediatamente, procurar o médico
ginecologista, um especialista, levar o resultado da mamografia, o que, com
certeza, possibilitará um grande sucesso de cura, ao invés daquelas mulheres
que ficam esperando ou que ficam com medo de buscar ajuda.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Vereadora Maria
Celeste, foi na época em que V. Exª era Presidente, e eu era Secretário, que a
senhora teve o câncer.
A SRA. MARIA
CELESTE: Sim, foi no ano de 2006.
O Sr. Alceu
Brasinha: Eu lembro disso. Eu acho que não tem ninguém melhor nesta Casa para
fazer esse relato especial, Angélica e Waldemar, do que a Presidente Maria
Celeste. Eu sempre chamo a Verª Maria Celeste de Presidente, porque ela será
sempre a minha Presidente da Câmara. Eu também estava falando com o Ver.
Oliboni de quantas senhoras do Interior – eu sou de Três Passos –, por exemplo,
tiveram esse problema e, talvez morreram sem saber o
que tinham, porque os hospitais eram longe, não tinham um programa sério, não
tinham acesso e, hoje, é bem mais fácil. Acho muito bom que eles venham aqui e
permitam que escutemos esse relato tão importante. Acho que podemos nos somar a
essa campanha e, quem sabe, formarmos uma comissão para irmos às comunidades,
junto com o Waldemar e a Angélica, para fazermos essa campanha. Eu tenho
certeza absoluta que, com toda essa tecnologia, ainda há pessoas que não sabem
que têm e não vão procurar especialistas da área.
Sejam bem-vindos, e
tenham certeza que, apesar de não ser minha área, tenho a boa intenção de
colaborar com vocês junto com meus colegas daqui.
A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada, Ver.
Brasinha. Quero dizer que é muito importante a informação, a campanha, vencer o
mito, vencer o medo; mas também é extremamente importante, Ver. Brasinha, que
nós, como Vereadores da Cidade, possamos ajudar o Executivo local na
implementação de políticas públicas mais rápidas, inclusive com a compra de
equipamentos, mamógrafos, ou encaminhamentos ao Governo Federal, que tem
disponibilizado equipamentos específicos para isso, sistemas de radiologia
digital mais modernos. Nas campanhas, a gente tem informado, tem ajudado, tem
contribuído, especialmente com as entidades: o Imama, a Federação de Mulheres,
enfim, todas nós estamos sempre trabalhando pela informação. Agora, de nada
adianta levantar um grande número de pessoas com um problema, com o diagnóstico
de câncer, e não ter para onde encaminhá-las, porque as mulheres acabam
morrendo exatamente pelo tempo que leva entre o diagnóstico, apontado numa
consulta, e a cirurgia que precisa ser feita, o tratamento que é indicado.
Quanto mais rápido é detectado o problema e quanto mais rápido essa paciente
for atendida na rede de atendimento, com certeza, a chance de cura é muito
maior.
Então, contem com a
nossa colaboração. Acho essa iniciativa de se formar uma comissão externa que
possa trabalhar não só na campanha – e isso todos nós de uma forma ou de outra
fazemos –, mas para estar junto à Rede Pública Municipal, verificando se
efetivamente os equipamentos estão ali, se há investimento da Prefeitura nessa
área, como é que nós podemos ajudar e colaborar, inclusive, buscando ajuda do
Governo Federal para projetos que disponibilizem determinados equipamentos,
enfim, nos colocamos à disposição. Eu acho essa sua iniciativa de uma comissão
bastante louvável. Muito obrigada pela presença dos
senhores, pelos esclarecimentos que estamos tendo nesta tarde. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
(A Verª
Maria Celeste reassume a presidência dos trabalhos.)
A SRA. PRESIDENTE (Maria Celeste): O Ver. Elói
Guimarães está com a palavra no período temático de Comunicações.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Verª Maria Celeste,
na presidência dos trabalhos e ex-Presidente da Casa; prezado Sr. Waldemar
Nunes Filho, Diretor-Presidente do Sindicato de Radiologia; Srª Maria Angélica
de Mattos Fontella, tecnóloga em radiologia; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; senhoras e senhores, recebam os nossos cumprimentos pela
importância da profissão e da atividade que exercem, fundamental – a medicina.
Em especial – no Rio Grande do Sul e em Porto Alegre – registra-se a
incidência, diríamos assustadora, até certo ponto, do câncer de mama, uma verdadeira
epidemia. Então, queremos cumprimentar o Sindicato, cumprimentar a Srª Maria
Angélica pela sua palestra, pelas suas informações trazidas.
Esta Casa, às
quintas-feiras, tem tratado à exaustão, o que é extremamente positivo, a
questão da saúde. Hoje temos um instrumento valiosíssimo que se chama TVCâmara, através do qual milhares e milhares de pessoas assistem aos debates da
Casa e as informações trazidas, como a palestra proferida agora por Vossa
Senhoria.
Quero dizer que a
saúde – e aqui estamos falando para técnicos: Dr. Raul, médico; Brasinha,
alguém que luta nessa área também –, a meu juízo – e aqui é um leigo que fala
–, é exatamente diagnóstico, tratamento e equipamento. E, colocado aqui, nós
nos ressentimos de material humano e de todo um conjunto de aparelhamentos sem
os quais não se tem a possibilidade de fazer aquilo que é fundamental em
medicina, que é diagnosticar. O médico, por mais experiente, por mais preparado
que seja, precisa dos elementos de ordem material nas mãos para fazer a análise,
o que os aparelhos, o que a mamografia oferece.
Então, a atividade
ligada à profissão exercida por Vossas Senhorias, técnicos em radiologia, é
extremamente importante do ponto de vista da saúde pública, sem o que não se
faz saúde pública.
Evidentemente – e eu
tenho dito nesta Casa – que nós temos vários problemas no campo da saúde
pública. Muitas vezes, a gestão deixa a desejar, também temos a questão ligada
à corrupção. Mas, a meu juízo, o que falta para a saúde é recurso. Por isso, eu
tenho dito nesta Casa que embora muito mal aplicada, eu lamentei quando se
extinguiu a CPMF. Então, eu sou daqueles que defende uma contribuição
específica, carimbada, para a Saúde, porque falta recurso para a Saúde, essa é
a grande verdade. Há falta, Ver. Brasinha, de recursos para a Saúde. Há
dinheiro mal aplicado; tem isso, tem aquilo – é verdade, mas não deveria ter.
E, mormente, em uma área tão especializada, tão importante como aquela
profissionalmente tratada por aqueles que, pelo conhecimento, exercem a radiologia,
aqui tão bem expressado pela Srª Maria Angélica de Mattos, que é uma radióloga.
Então, fica aqui a nossa manifestação sobre a
importância da atividade aqui na Capital, em que temos essas incidências
epidêmicas alarmantes. Meus cumprimentos, portanto.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Aldacir José Oliboni reassume a presidência
dos trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Aldacir José Oliboni): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra no
período temático de Comunicações.
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Obrigado, Presidente Oliboni. Que bom vê-lo aí antes de nos deixar,
antes de ir para a Assembleia Legislativa! Realmente, todos os Vereadores – não
é, Dr. Raul? – e nós, que militamos na Saúde, nos sentimos efetivamente
prestigiados com isso.
Sr. Waldemar Nunes, Diretor-Presidente do Sindicato
de Radiologia, Srª Maria Angélica, Tecnóloga em Radiologia, sobre esse tema das
patologias mamárias, principalmente o câncer de mama, na rede pública, é grande
a dificuldade de se ter um diagnóstico, e já conversávamos sobre isso na
Comissão de Saúde naquela vez em que o senhor esteve presente; realmente, é uma
coisa que nos preocupa bastante. A gente observa alguns Municípios com grande
dificuldade. No meu trabalho médico, nesses tantos anos – há mais de uma década
milito na área da gineco-obstetrícia e, como gineco-obstetra, trabalho muito
com mama –, observo a dificuldade que se tem no diagnóstico quando,
efetivamente, não se tem um bom exame de imagem, uma boa mamografia, uma boa
ecografia. Então, vejam a importância de vocês no diagnóstico do câncer de
mama; ele é imprescindível.
É importante que a gente possa frisar aqui para a
população que nos assiste – hoje, felizmente, a transmissão é direta, e isto já
foi falado aqui, só quero reiterar –, que o Rio Grande do Sul é o Estado
campeão de câncer de mama. É fundamental para o diagnóstico de câncer de mama
que possamos ter um exame efetivo de qualidade, porque, senão, todo o processo
de diagnóstico fica prejudicado. E aí falo não só da mamografia, mas também da
ecografia mamária, que, sendo feita por profissional habilitado e devidamente
cadastrado e credenciado, tem sua acurácia aumentada. Isso a gente sente muito,
Raul, principalmente quando vamos a Municípios que não têm condições de
oferecer exames de qualidade.
Então, quero lembrar à população de que é
fundamental, todo ano, a partir dos 45 anos, a mulher fazer a mamografia.
Alguns médicos acabam preconizando isso de forma mais antecipada, a partir dos
40 anos; outros, se existe uma franca história familiar, fazem com que essa
mamografia, inclusive, possa ser feita antes, mas é importante ter-se a
consulta ginecológica anual, tanto para questão do câncer de mama como para
outro câncer, de grande de incidência, que é o câncer de colo do útero.
Todos nós conhecemos mulheres que sofreram de
câncer de mama; as que não sofreram, já tiveram familiares, entes queridos
muito próximos que tiveram câncer de mama. A minha falecida sogra há um ano nos
deixou, em função de uma patologia de mama, que nós diagnosticamos, mas, sem
dúvida nenhuma, era uma patologia agressiva.
Então, muitas vezes, até com todo o recurso
tecnológico que se tem, acaba se postergando o diagnóstico e se perdendo
pessoas. É importante que, mesmo assim, as pessoas possam, a cada dia mais,
lançar mão disso.
Eu recebi há pouco aqui, e só queria ler para
finalizar, uma frase de Bertold Brecht, que quero dedicar a vocês, os que
lutam: “Há aqueles que lutam um dia e, por isso, são bons; há aqueles que lutam
muitos dias e, por isso, são muito bons; há aqueles que lutam anos e são
melhores ainda. Porém, há aqueles que lutam toda a vida, esses, são
imprescindíveis.” Essas pessoas que militam, às vezes, anonimamente, ajudam a
todos, ajudam no diagnóstico, são pessoas que lutam toda a vida, por isso, são
imprescindíveis.
Parabéns pelo trabalho de vocês, e que possamos,
sim, construir, juntos, a cada dia, Ver. Oliboni, uma Saúde melhor.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Aldacir José Oliboni): Obrigado, Dr. Thiago.
O Presidente do Sindicato, Sr. Waldemar, está com a
palavra para as suas considerações finais.
O SR. WALDEMAR
NUNES DA SILVA FILHO: Queria saudar o nosso amigo Presidente, Ver.
Aldacir José Oliboni, e também saudá-lo pela promoção na Assembleia
Legislativa, já no ano que vem. É com muito orgulho que dizemos isso, porque o
Ver. Oliboni é da comunidade, companheiro do Hospital São Lucas da PUC; então,
queria cumprimentá-lo pelo seu progresso e dizer que, realmente, você vai fazer
muito ainda na Assembleia Legislativa.
Como Presidente do Sindicato dos Técnicos de
Radiologia, eu queria agradecer a participação de todos desta Casa, aos
ilustríssimos Vereadores, Vereadoras, meu amigo Brasinha, e dizer a cada um que
o câncer de mama é uma preocupação universal. Todo mundo sabe que no Brasil
existem casos e mais casos de mulheres morrendo, e há uma preocupação muito
grande com relação a isso.
Recentemente, em outubro, a Presidente Dilma
relatou que existem, encaixotados, 4.500 mamógrafos, sem local definido para a
sua instalação. Então, as autoridades, a comunidade, os Municípios têm que
forçar os Prefeitos para que realmente isso aconteça. O Governo está com
mamógrafos disponíveis, e isso seria um trabalho ímpar aqui para o Sul, porque
existem muitos casos de CA de mama. Eu falo com muita precisão, porque faço parte
da Comissão de Saúde, pertenço à Comissão da CNTS, sou Vice-Presidente da
Federação Nacional de Radiologia, e está sendo feito um trabalho muito forte
nesse sentido, porque o câncer de mama realmente precisa ser combatido. E, para
isso, nós precisamos instalar esses aparelhos.
Em 2012, nós vamos alicerçar esse trabalho com a
ajuda da Câmara de Vereadores, da Assembleia Legislativa, e levar projetos ao
Governo Federal, para que possamos trazer mamógrafos para os postos de saúde e
para a população carente ter esse atendimento o mais urgente possível.
O meu muito obrigado! Quero agradecer a Maria
Angélica pela palestra; à Presidente Sofia Cavedon, pela oportunidade, e dizer
que o Sindicato novamente está à disposição de cada Vereador, de cada
Vereadora, para junto à sua comunidade poder fazer esse trabalho preventivo do
câncer de mama.
E aproveito para fazer um alerta aos homens, porque
já há casos no Brasil, principalmente no Rio Grande do Sul, de homens com
problemas mamários. Então, serve como alerta de que precisamos discutir o
assunto de frente, e, no primeiro sinal, procurar um médico – o mastologista é
a pessoa indicada para fazer o encaminhamento.
Quero dizer a cada um de vocês que nós estamos à
disposição desta Casa para que possamos alicerçar esse trabalho no ano de 2012.
Muito obrigado pela oportunidade, em nome do
Sindicato dos Técnicos e Auxiliares em Radiologia Médica do Estado do Rio
Grande do Sul.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Nós é que agradecemos a presença do Waldemar
Nunes, Presidente do Sindicato dos Técnicos e Auxiliares em Radiologia do Rio
Grande do Sul, e da Srª Maria Angélica de Mattos Fontella, Técnica em
Radiologia. O Sindicato está ofertando um certificado aos que assistiram à
palestra. Na saída, a assessora do sindicato está à disposição para
alcançá-los; é pena que não possamos oferecer aos telespectadores. A TVCâmara
está transmitindo ao vivo, e será retransmitido. A sua palestra, Maria
Angélica, deu o recado não apenas para os Vereadores que aqui estão, mas para
todos que assistem à TVCâmara. Quero pedir desculpas por, em outro momento, não
termos podido realizar extensão do comparecimento do Secretário, e também por
eu ter me ausentado em dois momentos, porque a Casa tem várias atividades ocorrendo
ao mesmo tempo. Muito obrigada pela presença de vocês, e a Câmara de Vereadores
também está à disposição.
O Ver. Dr. Thiago, o Ver. Dr. Raul e o Ver. Aldacir
Oliboni devem ter falado que a Comissão de Saúde e Meio Ambiente – COSMAM – é
muito ativa e que tem andado nos postos de saúde, nos hospitais. Temos
acumulado muito debate aqui e, mesmo não sendo da Comissão, ontem, eu e o Ver.
Mauro Pinheiro fomos, no final da tarde, ao posto Ramos, lá na Zona Norte,
porque a comunidade havia nos dito que estaria, desde o final da tarde,
esperando ficha para hoje de manhã, e pudemos comprovar isso.
Lamentavelmente... Dr. Raul, nós poderíamos fazer uma lei determinando que as
fichas dos postos de saúde fossem distribuídas a partir das 18 horas, porque,
assim, quando as pessoas esperarem, vão esperar durante o dia. Porque submeter
senhoras – foi o que vimos lá – de 50 anos, 60 anos a varar a noite... Agora o
tempo está mais ou menos, mas ontem começou a chover no horário em que
estávamos lá. Imaginem no inverno! Claro que a solução é ter ficha para todos,
mas essa lógica instalada na cidade de Porto Alegre, que penaliza os que
precisam de atendimento em saúde, não dá! Nós temos que revisar isso, e o que a
gente viu lá, Ver. Dr. Raul, eram muitos precisando retornar ao médico para
entregar um exame e não conseguirem nem agendar. Outros – e aí falo da questão
do câncer de mama – relataram-nos da longa espera nesta Cidade – 6 meses, 8
meses, um ano para fazer um exame especializado.
De fato, a Saúde é um grande desafio para esta
Casa. Parabenizamos o Sindicato pela sua proatividade, por nos trazer a notícia
dos mamógrafos; fica como elemento para 2012, para vermos como poderemos
implementar. Certamente, esse é um dos exames que demoram para se conseguir, e
a presença nas emergências nos indica que, na verdade, o que deveria acontecer
de forma continuada acaba não acontecendo. Então, o tema Saúde volta dia sim,
dia não, a esta Casa. Nós agradecemos a presença qualificada de vocês dois.
Suspendo a Sessão por um minuto para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 17h2min.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 17h3min): Estão reabertos os trabalhos.
O
Ver. Dr. Raul Torelly está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. DR. RAUL
TORELLY: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, todos os que nos assistem pela TVCâmara e das galerias; neste
momento de Liderança, quero dar continuidade às questões ligadas à Saúde. No
primeiro momento, quero dizer da importância do que aconteceu recentemente no
nosso Congresso Nacional, no Senado, que foi a regulamentação da Emenda nº 29,
que foi aprovada e enviada para sanção da Presidenta Dilma. Claro que não foi o
que nós gostaríamos. Quem milita na área da Saúde e sabe da necessidade dos
recursos necessários para que sejam realmente implementadas as ações de saúde
de que a população precisa não pode deixar de dizer que não existe,
efetivamente, uma priorização da área federal para a área da Saúde pública.
Existem programas pontuais, muitos deles bem-intencionados, bem direcionados,
mas do que nós precisamos são recursos consistentes e permanentes para a área
da saúde ambulatorial e hospitalar no nosso País.
Essa regulamentação aprovada no Senado trouxe a
responsabilidade ao Estado, que também, há muito tempo, há muitos anos, há
muitos governos, não vem cumprindo aquilo que deveria pela Constituição, que
são os 12% do seu Orçamento aplicados na área da Saúde, muitas vezes não
chegando nem a 5% 6%, quando muito. Então, com a regulamentação, os Estados
terão que aplicar, realmente, seus 12% na área da Saúde. Isso a incrementará, e
já existe algum movimento no sentido de o Governo Estadual ir se ajustando a
essa regulamentação.
Já o Governo Federal, que deveria pelo menos dar
10% dos seus recursos tributários brutos para a Saúde, fugiu, como se diria
antigamente “que nem o diabo da cruz”; resolveu não dar esses recursos,
resolveu, mais uma vez, maquiar os recursos da Saúde e deixar que a Emenda
prosseguisse da maneira como será sancionada; tenho certeza. Ou seja, a Saúde
vai ficar ainda muito aquém do que nós queríamos, do que nós precisamos para
que possamos dar uma Saúde pública digna neste País.
Mesmo assim, não podemos deixar de dizer que a
gestão pública da Saúde em Porto Alegre tem-se empenhado muito e tem conseguido
avanços muito importantes. Eu diria, por exemplo, que na informatização da
Saúde, nós estamos avançando geometricamente. Vejo até pelo posto de saúde onde
trabalho, no Campo da Tuca, um postinho de periferia, onde marcávamos, há bem pouco
tempo, quatro, cinco consultas de especialistas por dia para os pacientes, e
hoje, graças ao novo sistema implantado, um sistema via Internet, o Sistema
Aghos, nós estamos marcando de 30 a 40 consultas.
Então, as filas vêm diminuindo progressivamente, fazendo
com que diminuamos, em parte, o absenteísmo às consultas. Nós temos pacientes
que, infelizmente, por problemas próprios e do sistema, acabam agendando
quatro, cinco, seis, sete vezes a mesma consulta; no momento em que eles
conseguem uma, eles ocupam vagas de seis outras pessoas que não vão consultar,
e o médico fica lá esperando, e aquela consulta não é realizada. Então, estamos
trabalhando muito, estamos forçando muito para que as UPAs saiam realmente do
papel em Porto Alegre. Acreditamos que a Unidade de Pronto Atendimento da Zona
Norte seja inaugurada nos próximos três meses, fazendo com que consigamos
atender ali de 450 a 500 pessoas por dia, aliviando as Emergências do Hospital
Cristo Redentor, do Conceição, e um pouco de toda a Cidade. Estamos lutando por
sua implementação também na região do Partenon, na região Humaitá-Navegantes e
na Zona Sul. Estamos trabalhando pela Saúde, e vamos continuar, para que a
Saúde pública seja melhor para todos nós. Obrigado. Saúde para todos!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Peço aos Vereadores
que queiram ter alguns exemplares a mais do livro “Dez Anos de Leis e de Ações
Municipais” que se manifestem para a Presidência.
Passamos ao
O Ver. DJ Cassiá está com a palavra em Grande
Expediente, por cedência de tempo do Ver. Elias Vidal.
O SR. DJ
CASSIÁ: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon, boa-tarde! Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, senhores da imprensa, quero agradecer ao Ver.
Elias Vidal por me ceder o seu tempo de Grande Expediente. Verª Fernanda – cito
o seu nome aqui pelo carinho e respeito que tenho pela militância que a senhora
tem na área da Educação, da Cultura, enfim, na defesa daqueles mais necessitam,
falando especificamente da nossa Cidade.
Verª Fernanda, eu sou uma pessoa que admiro, e vou
admirar sempre, a imprensa, porque a imprensa, tanto a escrita como a falada, é
muito importante para a nossa democracia. E tem nos ajudado muito também nesta
Casa, nos orientado em muitos temas e muitas reivindicações da nossa Cidade.
Tenho um respeito imenso pela nossa imprensa. Às vezes, Verª Fernanda, com o
sangue fervendo, pensamos coisas que não são do nosso gênero, não são do nosso
dia a dia e que também não são da nossa vida.
Eu quero aqui lamentar, Verª Fernanda, porque
ontem, no final da tarde, uma jornalista do jornal Zero Hora me ligou,
interrogando-me, Ver. Brasinha, sobre a questão do fato ocorrido ontem à tarde.
Desculpem, não quero que me interpretem mal, é natural que quem vem aqui tem
direito de se manifestar; direito de se manifestar! E aqui, Verª Fernanda, Ver.
Elói Guimarães, Ver. Alceu Brasinha, nós estamos num Parlamento, e Parlamento é
para debatermos, mas também para respeitar as ideias do outro; talvez as ideias
que eu defenda num momento não sejam as mesmas dos meus colegas. Agora, eu
quero aqui lamentar o que o jornal Zero Hora publicou hoje; quero lamentar,
Verª Fernanda, a senhora me conhece, estamos há três anos juntos, mas o
suficiente para nos conhecermos. Pelo segundo ano consecutivo estamos juntos na
mesma Comissão. Podemos divergir, Verª Fernanda, em questões ideológicas, mas
nunca divergimos quando temos que defender a causa da sociedade.
Eu não estou aqui, Verª Fernanda, nem a senhora,
nenhum de nós, para defender bandeira política, estamos aqui para defender as
causas sociais, e o jornal Zero Hora publicou, na página 6, que
eu teria falado que as pessoas que estavam aqui ontem deveriam ter ido para o
pau de arara. Maldade! Maldade, porque a jornalista falou comigo. E, quando
desci da tribuna, fui mal interpretado, mal-entendido, e a prova estava no
painel, pois o meu voto foi a favor deles. Eu fui ofendido naquele momento, e
eu respondi, mas não nas palavras que o jornal Zero Hora publicou. Eu deveria
ter, e acho que eu tenho, Verª Fernanda, direito de resposta, porque, se nós
deixarmos da forma como está, eles escrevem o que querem. Não é justo! Senhores
que estão aqui nas galerias, amanhã, talvez, o jornal Zero Hora me dê direito
de resposta, mas em um tamanho que ninguém enxergue; é injusto isso. Injusto!
Eu, aqui, vou
defender a liberdade da imprensa sempre, porque a imprensa nos ajuda na
democracia. Mas, por favor, vamos cuidar o que escrevem. Não coloquem palavras
que não existem, o debate, ontem, foi democrático aqui.
Srª Presidente, Verª
Sofia Cavedon, eu estava ao seu lado, falei que tínhamos que aplaudir esses
jovens, pessoas que estavam se manifestando democraticamente, fazendo uma
manifestação sadia. Falei aqui por várias vezes, e eu queria ir para o
microfone de aparte para parabenizá-los. Puxa! Aí um jornalista escreve o que é
mentira, o que não é verdade!
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. DJ, realmente, às vezes eles entendem
errado. O certo é colocar o que V. Exª falou, mas eles botam por outra linha.
Eu tenho absoluta certeza de que o jornal Zero Hora vai dar direito de
resposta a V. Exª, porque entendo que eles são pessoas sérias, honestas, V. Exª
sabe, e, mais ainda, eles não são de denegrir a imagem. Eu até fiquei surpreso
quando vi no jornal Zero Hora, porque eu nunca costumo ver um jornalista do
jornal Zero Hora querer denegrir a imagem de um Vereador aqui desta Casa,
porque são pessoas muito qualificadas que trabalham na RBS. Já que V. Exª tocou
no assunto, eu, realmente, na terça-feira, estava na RBS, e um jornalista me
sugeriu que, se eu quisesse, poderia sugerir o nome de Legalidade à nova Ponte.
Até o Ver. Thiago Duarte chegou, hoje, dando os parabéns, enfim, e aí eu tive
um problema. A minha colega Verª Fernanda Melchionna, sempre me ajuda em meus
projetos, eu já expliquei para ela e para o Ver. Pedro Ruas que sou um Vereador
que jamais quero ser dono da verdade, mas apresentei o Projeto, e, se for
possível, esta Casa toda poderá assinar, não tem problema nenhum, porque eu
acho que essa nova Ponte, que a nossa querida Presidente nos dará a
oportunidade de, daqui a dois ou três anos, circularmos por ela; ela fará o
progresso do Rio Grande, que certamente vai avançar muito, porque vai parar com
esse engarrafamento que acontece cada vez que passa um navio.
Realmente, eu apresentei o Projeto com relação à Ponte, não apresentei
com relação à Av. Castelo Branco, apresentei a Ponte como uma sugestão para os
colegas Vereadores analisarem, enfim, quem sabe essa Ponte pode ser chamada
Ponte da Legalidade, já que este Vereador é um Vereador trabalhista, e Getúlio
Vargas é o patrono geral do nosso Partido, e, mesmo ele não estando aqui, lá em
cima ele deve estar torcendo por nós. Então, Vereador, quero aproveitar este
período de Grande Expediente para pedir desculpas às pessoas que entenderam
errado e dizer que certamente este Vereador jamais quer se aproveitar de alguma
situação que se deve corrigir. Obrigado pelo aparte.
O SR. DJ
CASSIÁ: Foi um prazer, enriqueceu o debate.
O Sr. Alceu
Brasinha: Quero dizer que tenho certeza absoluta que, na tua inocência e na tua
consciência, tu jamais falarias isso que o jornal Zero Hora publicou. Podes ter
certeza de que tens o apoio deste Vereador e dos Vereadores da Bancada, Elói
Guimarães e Nilo Santos.
O SR. DJ
CASSIÁ: Obrigado. Ver. Brasinha, se me permitir, quero me juntar na assinatura
do seu Projeto, até mesmo porque nós temos – voltando ao assunto – que decidir
se estamos homenageando um dos maiores líderes políticos – Leonel Brizola – ou
a Legalidade. Uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa. Temos que
definir isso. A Legalidade foi liderada por um grande homem, que admiro e vou
admirar pelo resto da minha vida: Leonel Brizola, o homem que deixou uma
receita para a Educação neste País. Agora, temos que definir se estamos aqui
homenageando um líder ou todos aqueles que participaram da Legalidade. O senhor
aqui está apresentando um Projeto da Legalidade, um projeto para colocar o nome
de Ponte da Legalidade. Se o senhor permitir, quero assinar junto com o senhor
o seu Projeto. Parabéns!
Ver. Brasinha, para finalizar, quero aqui falar
rapidamente sobre um dos meus projetos que deve ser votado ainda neste ano, que
é o da meia-entrada. Há uma Lei que favorece os estudantes à meia-entrada. Essa
Lei, no meu entender, é um pouco confusa, Vereadores Brasinha e Elói Guimarães.
Para os estudantes terem direito à meia-entrada nos grandes espetáculos, tem
que haver mais de um espetáculo. Ora, nós vivemos em uma Capital que não
comporta, Verª Fernanda, dois grandes espetáculos, dois grandes shows. Por exemplo, um show internacional só ocorre uma vez em
Porto Alegre, não vai haver duas vezes, porque não há condições, não há
estrutura, não há demanda para dois shows.
Grandes shows nacionais, como, por
exemplo, Zezé Di Camargo e Luciano, Luan Santana – seja quem for –, o rei
Roberto Carlos, não há como ter dois shows, é só um show, então, não vai ter meia-entrada do nosso jovem, do nosso
estudante. E eu estou aqui apresentando um Projeto para que o jovem, o
estudante, independente de quantidade de shows
e espetáculos, passe a ter direito à meia-entrada, desde que o valor seja acima
de 100 reais; sendo o valor acima de
100 reais, o estudante passa a ter o desconto. Então, quero aqui pedir às
minhas colegas, aos meus colegas, o apoio, para que a gente possa aprovar este
Projeto na semana que vem, que deve entrar em Pauta para ser votado. Quero
pedir o apoio, porque eu não estou pedindo um apoio para mim. Simplesmente
apresentei um Projeto que traduz a vontade da sociedade de Porto Alegre,
principalmente a do jovem estudante. É um Projeto em defesa do consumidor, em
benefício do jovem estudante da nossa cidade de Porto Alegre.
Também quero, aqui,
Ver. Brasinha, Ver. Elói, agradecer o nosso colega Elias Vidal por ter me
cedido o seu tempo em Grande Expediente. Presidente, muito obrigado. Obrigado,
Ver. Brasinha.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Apregoo a
Ementa ao PLE nº 065/11 (Lê.): “Autoriza o Município de Porto Alegre a
desafetar e alienar ao Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE), imóvel
próprio, destinado a uso especial, localizado no Loteamento Hípica Boulevard”.
Apregoo a Ementa ao
PLE nº 064/11 (Lê.): “Autoriza a Administração Direta e Indireta do Município
de Porto Alegre e a Câmara Municipal de Porto Alegre a anteciparem valores a
serem doados por servidores municipais, ativos ou inativos, ao Fundo Municipal
do Idoso, e dá outras providências.
O Ver. Elói Guimarães
está com a palavra em Grande Expediente.
Ver. DJ Cassiá, eu
tenho uma reunião na EPTC referente à crise do Sindicato dos Agentes, então
solicito que V. Exª conduza os trabalhos da presente Sessão.
(O Ver. DJ Cassiá
assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidente, Verª
Sofia Cavedon; este é um tempo de 15 minutos que permite que se faça uma reflexão
acerca do papel da Câmara Municipal de Porto Alegre.
Eu tenho uma vivência e uma experiência e me coloco
com a visão de que a Casa, a Câmara Municipal de Porto Alegre trata do buraco
da questão internacional. Um Parlamento é uma casa de debate, onde as opiniões
são externadas, e a manifestação pública e popular é extremamente bem-vinda,
evidentemente dentro dos critérios de respeitabilidade.
Uma questão discutida, e que ganhou as páginas dos
jornais, está ligada à alteração de um logradouro público, da Av. Castelo
Branco, para Av. da Legalidade; um debate importante, extremamente importante,
porque permite que se enfoque uma série de visões do processo histórico, do
processo político brasileiro. Eu tenho a minha visão sobre esse processo. Eu
entendo que a história produz no seu tempo as suas decisões, produz no seu
tempo os seus valores, enfim, produz no seu tempo, os seus rumos. À
posteridade, corresponde, sob o meu ponto de vista, discordar ou não, do
processo histórico. Agora, o meu ponto de vista ideológico se coloca no sentido
da respeitabilidade, assentado em uma das mais fecundas instituições
internacionais que se chama anistia; significa dizer a intocabilidade no fato
histórico, embora possa o condenar. Dizer aqui que tínhamos, e temos, uma
posição antiditadura é o óbvio; dizer aqui que perdemos em 1964, também é
óbvio. Eu, publicamente, estive exatamente do outro lado, participamos da
Legalidade, eu era do “grupo dos onze” conspiramos – eu conspirei,
evidentemente, dentro de uma atuação que entendia possível –, estive com
Brizola em diferentes momentos, aqui e fora daqui, ao longo do tempo, tivemos
uma relação política, uma relação partidária, e uma relação de ideais que mantenho,
mas a questão da discussão posta por projeto de alteração do logradouro
público, a meu ver, não é nem uma discussão ideológica, nem uma discussão de
mérito; é uma discussão no seio da história.
Eu ouço o Ver. Brasinha e, depois, prossigo na
minha análise.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Elói Guimarães,
escutando V. Exª falar a gente pode dizer que ninguém tem tanta propriedade
quanto V. Exª, porque realmente o senhor militou, participou da Legalidade. Eu
tenho muito orgulho do senhor, de fazer parte de sua Bancada, de aprender com
V. Exª, que tanto nos honra, e saber que o senhor tem essa ideologia. É um
debate rápido e correto. Eu acho que não há ninguém melhor que o senhor nesta
Casa para falar sobre esse assunto. É claro que eu sempre me manifesto contra
mudar nome de rua, de logradouros, de praças, eu mesmo já critiquei várias
vezes o Ver. Nedel a respeito disso, pois eu acho que, quando se quer mudar ou
agregar mais um nome, isso é fazer um puxadinho, mas, na hora em que o Ver.
Pedro Ruas apresentou esse Projeto de mudança do nome da Avenida Castelo Branco
para Avenida da Legalidade, eu até participei do debate e fui favorável ao Ver.
Pedro Ruas. Realmente eu disse: “Se o Ver. Nedel propõe, por que o Ver. Pedro
Ruas não pode propor?” Isso foi na minha concepção. E, ontem, no momento eu não
estava, mas quero dizer ao senhor que essa sua explanação me esclarece muito.
Então, eu quero agradecer o aparte que o senhor me deu. Eu vou continuar
escutando a sua manifestação, porque a gente aprende muito.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES: Sou grato a Vossa Excelência. Mas vejam que a história registra
determinadas posições. E eu poderia dizer que as mesmas Forças Armadas que
apoiaram a Legalidade, em 1964, tomaram papéis diferentes. E as instituições,
num determinado momento da sua própria história, produzem as hegemonias. As
suas hegemonias foi o que se deu, que seria um debate muito longo e profundo
para se examinar. A Legalidade é, portanto, um levante
social com o apoio das Forças Armadas, em especial do Exército Brasileiro,
exatamente na manutenção da legalidade. O glorioso 3º Exército, na figura do
seu Comandante General Machado Lopes, com as forças sociais reunidas, com o
apoio e sob a liderança do Governador do Estado da época, Dr. Leonel Brizola,
fazem a Legalidade; restauram, por assim dizer, o Estado de Direito. Embora se
tenha feito uma negociação natural nas democracias, natural no processo
histórico, mas são exatamente as Forças Armadas, em 1961, que se colocam a
favor da Legalidade, não todos, evidentemente. Porque as instituições são
feitas de homens, e homens são feitos de desejos, ideias e de posições. E, num
determinado momento, a instituição, que é formada de pessoas, hegemoniza.
Então, em 1961, tivemos as Forças Armadas, grande parte delas, apoiando a
Legalidade. E foi possível, a partir daí, manter ou resgatar o Estado de
Direito ameaçado, quando Jango, elevado ao Governo, ele, Vice-Presidente da
República, assume a Presidência num denominado Parlamentarismo feito pelas
circunstâncias; não carregava, naquele momento, o seu modelo clássico e
tradicional. Foi um arranjo para se debelar a crise. O tempo, a história é
feita de crises; e por aí se vai.
Portanto, fica aqui a
nossa manifestação, entendendo que eu posso falar dos fatos históricos. Como
discordamos do Movimento de 1964, da ditadura, mas, ali, naquele instante, se
colocou, se produziram fatos reais, se produziu o
passado. Então esse passado, a meu ver, tem que ser preservado, mesmo que eu
seja contra. Parece-me que a alteração, a revisão da história é muito perigosa,
sob pena de queimarmos as bibliotecas, sob pena de derrubarmos os monumentos,
sob pena de alterarmos a própria história.
Fica aqui a nossa
manifestação para dizer que, ao contrariar o Projeto, no que diz respeito à
alteração do nome da avenida, não o fizemos examinando o mérito, não o fizemos
examinando o assunto do ponto de vista ideológico, não há uma questão
ideológica, também não aceitaria muito achar que estaria ali se expressando um
certo revanchismo, não; também não acho. Parece-me, sim, que o momento e as
circunstâncias – já o nome apropriado pela população – se tornam, a meu ver,
inoportunos, desnecessários, porque já é apropriado pela população, já está no
domínio da população o nome atual de Castelo Branco.
Então, esse é o
enfoque que assim penso e assim entendo, é um enfoque de análise histórica,
entendendo que não se muda o passado; discorda-se do passado, não se apaga o
passado. Posso me colocar frontalmente contra o passado, pelos valores que
produziu, mas jamais posso alterá-lo. Portanto, fica aqui a nossa manifestação
para dizer que é lamentável quando se chocam proposições dessa ordem e pode
passar à opinião pública que se tenha estado com essa ou aquela posição. Não, é
a análise do processo histórico que, a meu juízo, deverá ser preservado, até
para mostrar às gerações futuras o que ocorreu, até por essa razão.
Fica aqui, portanto,
Presidente, Ver. DJ Cassiá – o nosso tempo é vencido –, para dizer que esses
foram os fundamentos, a razão do nosso voto; a análise do processo histórico
que, a meu juízo, produziu. A história produz fatos dos quais eu
posso discordar, mas não me assegura o direito à posteridade, não me assegura o
direito de tocar no processo histórico. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Não havendo
nenhum pedido de Liderança, e tendo cumprido toda a nossa agenda da tarde,
agradeço às Senhoras Vereadoras e aos Senhores Vereadores e aos funcionários da
Casa.
Estão encerrados os
trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão
às 17h41min.)
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